Por Dudi Machado
Conhecer a trajetória de Jean-Thierry Besins é, antes de mais nada, entender o valor das oportunidades e perceber que uma grande ideia, na maioria das vezes, está, literalmente, ao alcance das mãos, pronta para ser agarrada. Com ele foi assim. Seus avós, Edith e Jean Besins, ganharam um pingente em forma de barra de ouro do príncipe Rainier, de Mônaco, como presente de casamento nos anos 1950. Rainier foi padrinho do casal e quis brindá-los com algo que fosse duradouro, que representasse a amizade eterna.“A primeira vez que vi minha avó usá-lo, achei que era apenas uma joia muito bonita. Até o dia em que peguei a peça nas mãos”, relembra ele.
A barra, apesar de pequena, tinha um peso extraordinário.“Fiquei fascinado por essa sensação”, recorda. A passagem se deu em 2012, no mesmo ano em que Jean, fixado na imagem daquele momento, resolveu transformá-la em uma nova joia. Assim, apostando na versatilidade da peça que o encantou, nascia sua marca, a Bulliony – o primeiro cliente e incentivador foi o fotógrafo peruano Mario Testino.
O sucesso não tardou a chegar. Aos 32 anos,esse francês aristocrático fez de sua turma a melhor vitrine: Alice Dellal, Jessica Hart, Valentino, Bianca Brandolini, Stavros Niarchos, Carine Roitfeld, Pierre e Andrea Casiraghi, para citar apenas alguns, desfilam seus pingentes em lugares estratégicos do mundo. E não se trata de modismo passageiro. Seus maiores segredos? Personalização e exclusividade. Jean faz questão de concluir quase todas as vendas, sem representantes nem intermediários. Todas as barras são criadas em ouro maciço, com inscrições e adaptações diferentes para cada cliente. São peças únicas, portanto. “Minha marca é sobre criar modelos que sejam originais e diferentes para cada um, modelos que expres- sem personalidades distintas. Tenho mil ideias e crio a partir delas”, explica o joalheiro. A barra de ouro, então, se transformou em pulseiras, anéis, brincos, abotoaduras… “Ela, como ideia inicial, está sempre presente, mas em diferentes formas”, conta.
Formado em Literatura e Artes Cênicas e pós-graduado em Economia, Jean se considera, antes de qualquer outro título, um eterno viajante. Depois de um ano sabático, que incluiu no roteiro temporadas na Índia, Tibete, China e Tailândia, ele tem se concentrado, por ora, em roteiros menos exóticos. Paris, Mônaco, Londres, NovaYork, Moscou e St. Moritz foram as últimas paradas das vendas personalizadas de sua Bulliony. “Costumo brincar que eu e a barra tivemos amor ao primeiro toque.” Pelo visto, não foi diferente com seus clientes.