Por Anna Paula Buchalla
Não estranhe se, de repente, seu treino de todos os dias ficar boring demais… Não foi exatamente você que se cansou, mas há uma espécie de “inconsciente coletivo” altamente contagiante que prega mais diversão no universo fitness. Como se o mundo dos treinos à nossa volta nos dissesse o tempo todo que, se não for para ser divertido, não terá valido a pena. A onda agora está mais para fit & fun: e, na esteira dela, surgem inúmeras atividades altamente desafiadoras e, claro, divertidas. De argolas acrobáticas no trapézio a ballet bike (sim, já existe uma aula com movimentos de balé sobre duas rodas), não basta apenas malhar, mas ousar enquanto se adquire músculos igualmente intensos. As modalidades mais recentes a embarcar nesse universo da boa forma vieram das ruas, mais especificamente dos subúrbios das grandes cidades: o parkour e a street dance.
O parkour, para quem não se lembra, surgiu nas periferias francesas nos anos 1980 e tem por princípio tratar o mundo como um grande obstáculo: é preciso pular, saltar, escalar, atravessar. Sempre alto, sempre rápido. É como uma dança em alta velocidade. Em alguns momentos, esses treinos mesclam artes marciais, escalada em pedras, subida em árvores. Qualquer objeto pode se tornar um obstáculo a ser vencido. As aulas para iniciantes já acontecem em algumas capitais do País. Em São Paulo, a Parkour Generations promete muito suor em atividades em espaços públicos. Cada aula tem duração de uma hora e meia, com aquecimento, aprendizado de técnicas específicas (ninguém sai pulando qualquer coisa que surgir em seu caminho sem critério, evidentemente), percursos, exercícios de fortalecimento e alongamento. Com o tempo, os treinos vão ficando mais desafiadores. É uma ótima forma de testar seus próprios limites, físicos e mentais.
Também não é preciso girar o corpo sobre a cabeça para encarar um treino de BBoys ou BGirls. Baseado nos movimentos de quem praticava o break, elemento do hip hop, a dança surgiu no Bronx, bairro negro de Nova York, na década de 1970. A “quebra” do corpo adaptada para a pegada de academia traz resultados incríveis de força e flexibilidade. Há passos ritmados com os pés, flexões no solo, explosões, alongamentos e movimentos de corpo com o apoio das mãos. “Ninguém sai fazendo todos os passos nas primeiras aulas, mas dá para explorar as técnicas como se fosse um treinamento funcional”, explica o treinador e Bboy Aranha, que tem levado a prática com sucesso a grupos e aulas particulares.
“As pessoas já estão cansadas da mesmice e buscam atividades que tragam um retorno não apenas físico, mas também mental, de alívio do stress”, diz o personal trainer Marcio Lui, um dos mais requisitados do momento. Vez por outra, ele inclui uma dessas séries divertidas no treino de suas alunas famosas – Sabrina Sato e Alessandra Ambrósio, entre elas. Existe algo de volta à sensação das brincadeiras de infância ao correr, pular, dançar. “A aula não fica chata e acabamos estimulando músculos e articulações bem diferentes daqueles dos treinos habituais”, explica. Não custa tentar!