Por Anna Paula Buchalla
AME-A OU ODEIE-A: a micropigmentação dá sinais de que veio para ficar. Depois que o pigmento para desenhar traços precisos e suaves (em mãos certas, evidentemente) para redefinir as sobrancelhas se espalhou pelo mundo, a nova mania entre os adeptos da técnica é usá-la para tatuar sardas fake no rosto. Inspiradas na beleza natural de Carol Trentini, Kylie Jenner, Demi Lovato, Emma Watson, Bella Hadid e Gisele Bündchen,entre outras,a aplicação leve de tinta sobre a pele imita as amadas marquinhas. O recurso vale para quem já tem as dots ampliá-las para além do verão; e, para quem não as tem, experimentar a sensação (dizem que as sardas roubam alguns anos da expressão…). Basta uma passada rápida pelo Instagram e já há centenas exibindo a novidade no rosto – difícil dizer que muitas ali não nasceram com as suas pintinhas.
Em geral, as sardas fake são feitas por tatuadores que buscam seguir a linha natural de quem já tem as marcas.As feições do rosto são levadas em consideração antes de pigmentar as sardas, para que elas fiquem em pontos estratégicos. No início, elas ficam um pouco escuras, mas, ao longo de um mês, chegam ao tom certo da pele. Com o tempo, elas vão ganhando mais naturalidade. Uma das tatuadoras mais conhecidas no quesito sardas é a canadense Gabrielle Rainbow, que costuma dizer que começou a usar a micropigmentação em suas clientes depois que muitas reclamavam de estarem cansadas de fazer sardas falsas com maquiagens. Os recursos mais usados por elas para desenhar as dots que duram apenas um dia são lápis e sombra em pó ou em creme, que, quando bem esculpidas, em geral ficam naturais – e fofíssimas.
Mas é bom ter cuidado. Segundo a dermatologista Luciana Maluf, técnicas amadoras podem fazer com que o pigmento depositado em cada ponto da pele fique em níveis diferentes, e isso pode trazer alteração da cor e formação de cicatrizes. “Além disso, muitos desses pigmentos podem causar dermatite de contato ou alergia na pele. Não podemos nos esquecer que esse procedimento pode causar infecção local cutânea”, alerta. Ela recomenda procurar profissionais habilitados para o procedimento e que usem pigmentos, agulhas e o equipamento de acordo com as normas da Anvisa. Há ainda questões de ordem estética:“Imitar sardas não é um trabalho muito fácil”, diz Luciana.
De qualquer forma, o método não é definitivo e costuma durar de oito meses a um ano. Há ainda o recurso dos lasers para corrigir desenhos mal feitos.“Os procedimentos ablativos e até a luz intensa pulsada também funcionam, mas, dependendo do tipo de micropigmentação e da coloração que for usada, pode dar mais trabalho para sair”, lembra a dermatologista. E isso vale igualmente para sobrancelhas, lábios e até mamilos e estrias.
Recentemente, a técnica que preenche e desenha sobrancelhas começou a ganhar alternativas mais precisas e menos artificiais. Uma das pioneiras em micropigmentação, a esteticista Fátima Bahia realiza a técnica fio a fio 3D em sobrancelhas. Ela usa um dermógrafo de última geração para desenhar perfeitamente os fios na espessura e cor de cada cliente. “É um trabalho totalmente personalizado. É preciso respeitar o formato de rosto de cada pessoa,realçando o olhar sem perder a harmonia”, explica Fátima. Outra expert na área, Natalia Martins, diz que a técnica feita em boas mãos é extremamente segura e pode ser usada por todas as mulheres.“Todo mundo sempre precisa de um ou dois fios, no mínimo”, afirma. Já a micro para lábios ainda gera controvérsias. O equipamento preenche os contornos da boca com uma cor levemente rosada, aproximada ao tom de pele de cada uma. O resultado são lábios mais definidos e volumosos, e com cor saudável. Seja qual for a sua opção, o importante é não perder o foco: nenhuma micropigmentação é aceitável se não for leve, discreta e sutil. Entendeu, né?