
Fred Nicacio, Guto Requena, Luca Scarpelli, Yohan Nicolas e Rica Benozzati – Foto: Tiago Santana/Divulgação
Nesta quarta-feira (24.08), a primeira temporada de “Queer Eye Brasil” estreia na Netflix com os brasileiros Guto Requena, Yohan Nicolas, Rica Benozzati, Luca Scarpelli e Fred Nicácio. Cada um dos fabulosos (como são conhecidos os apresentadores, do inglês “Fab 5”) representa um elemento à frente da mudança dos heróis e heroínas. São pessoas que, com o passar do tempo, deixaram de se cuidar, seja porque foram engolidas pelo cotidiano, por traumas ou pelo trabalho.
É um programa sobre empatia, onde cada apresentador é responsável por conduzir tal makeover em uma área comportamental ou no estilo de vida: na casa, no penteado ou cabelo, no jeito de se vestir, na alimentação e no corpo, respectivamente.
O francês Nicolas, responsável por mudar o visual dos personagens, conta que cada episódio tem tanta diferença de um para o outro que, cada pessoa, ao assistir, vai achar a sua própria conexão. “Quando a gente chega, eles estão abertos à transformação, de peito aberto. Então, é muito mais fácil se conectar”, complementa Requena. É aí que a mágica acontece. “É reality mesmo, e a Andrea (Cassola), nossa diretora, prima pela surpresa e pela emoção. Tem que ser verdadeiro, não pode ter ensaio. Essa é a beleza do projeto, pois é verdadeiro e vulnerável. Por isso, a gente se sente confortável ao chorar, desabar e abraçar”.
É uma semana de câmera ligada para conduzir cerca de uma hora de episódio: na segunda, eles chegam na casa da pessoa (“hero”, do inglês) e, até quinta, fazem rolezinhos – onde cada um grava sua parte individualmente. Na sexta, há a mudança de visual e, no sábado, acontece a entrega da casa reformada.
“Não existe ‘corta’ em nenhuma diária. Do mesmo jeito que não existe gravando”, revela Benozzati. “A gente fica esperando a mudança acontecer lá longe. ‘Quando eu for isso, quando tiver aquilo, quando atingir aquele lugar’ e o hoje é muito importante. Na moda, pode ser uma simples troca de roupa. Você pode se vestir, se caracterizar, se fantasiar e se arrumar de outra maneira. Isso pode dar um tom importante para a vida”.

Rica Benozzati, Luca Scarpelli, Yohan Nicolas, a participante Luciana, Fred Nicacio e Guto Requena – Foto: Tiago Santana/Divulgação
Scarpelli explica que foi impossível ter afastamento emocional durante as gravações. “Impraticável. É uma transformação que acontece o tempo todo. Tanto dos heróis e heroínas, quanto com a gente mesmo. O maior desafio, para mim, foi lidar com toda essa intensidade emocional, porque era uma coisa que não esperava”. Para ele, a expectativa era mudança em um só dos lados. “Não esperava que aquilo fosse tocar em pontos muito profundos da minha história. Foi um um baque bom”. “A magia queer eye nem funciona se houver esse afastamento. É fundamental que a gente esteja próximo em todos os sentidos. Porque essas histórias são histórias reais como as nossas”, adiciona Inácio.
Elenco
O casting aconteceu em 2019, antes da pandemia, mas as gravações da versão brasileira do programa aconteceram somente no ano passado, entre outubro e novembro. “Vocês foram escolhidos por (serem) vocês. Não precisam ser ninguém mais do que vocês”, destaca Nicolas. Benozzati se lê como alguém super espontâneo em todos os sentidos. Mas, pela primeira vez, sentiu que poderia ficar confortável diante das câmeras, diferente de outras experiências na TV. “Parecia que poderia ser eu. Só que um pouco menos (espalhafatoso)”, relembra o passado.

Da esquerda para direita, Rica Benozzati, Fred Nicacio, Yohan Nicolas, Guto Requena e Luca Scarpelli – Foto: Tiago Santana/Divulgação
O elenco foi ganhando liga na preparação e na convivência porque nem todos se conheciam pessoalmente. Inclusive, em off câmera, como conta Inácio: “Muitos encontros, muitas conversas dentro da van, que era só a gente ali”. Essa conexão foi levada para a vida real, onde hoje fofocam por WhatsApp.
Os Fab 5 fizeram uma preparação corporal e musical com Deise Alves para irem se entendendo como cinco personagens em cena, feeling com as câmeras, e irem se soltando e liberando os próprios traumas. “Não foi uma preparação com os guidelines do formato original norte-americano. É muito baseado na gente, na nossa própria personalidade”, narra Benozzati. “Pode ser caótico, mas tem que ter harmonia no caos. Uma das coisas mais legais da preparação foi aprofundar o nosso relacionamento e isso pode ser sentido em cena”, adiciona Requena.
O debut conta com seis episódios em que o elenco devolve aos participantes certa dignidade e bem-estar. São mudanças significativas que vão desde um makeover no visual a habilidades, como cozinhar e cuidar do corpo, e cultura, como descobrir hobbies. E não apenas isso: entender que é preciso dar uma pausa e dedicar um tempo para si.