Obra de Adrián Balseca durante a 34ª Bienal de São Paulo – Foto: Levi Fanan/Divulgação
Santiago, no Chile, é a primeira cidade fora do Brasil a receber uma exposição itinerante da 34ª Bienal de São Paulo – “Faz Escuro mas Eu Canto” (verso do poeta Thiago de Mello), com abertura neste sábado (01.10), no Centro Nacional de Arte Contemporáneo Cerillos.
A exposição, com entrada gratuita, segue até 27 de novembro e foi viabilizada por meio de parceria da Fundação Bienal de São Paulo com o Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio do Chile e conta com mais de 50 obras de 13 artistas que participaram da mais recente Bienal (2020-2021).
Obra de Victor Anicet durante a 34ª Bienal de São Paulo – Foto: Levi Fanan/Divulgação
Para a diretora do CNAC, Soledad Novoa, a exposição “nos dá a oportunidade de refletir sobre nossa relação com as culturas ancestrais através de uma polifonia de vozes que conecta diferentes pontos desta região do mundo”. Para a subsecretária das Culturas e das Artes do Chile, Andrea Gutiérrez, essa é uma das iniciativas a fim de promover um território comum com outros países da América Latina, “buscando potencializar cenas e questões que nos mobilizam”.
Obra de Sebastián Calfuqueo durante a 34ª Bienal de São Paulo – Foto: Levi Fanan/Divulgação
Especialmente selecionadas para o Chile, pelo curador Jacopo Crivelli Visconti, a exposição tem trabalhos dos chilenos Seba Calfuqueo e Alfredo Jaar. A exposição ainda inclui obras de Victor Anicet (Martinica), Adrián Balseca (Equador), Jaider Esbell (Brasil), Noa Eshkol (Israel), León Ferrari (Argentina), Gustavo Caboco (Brasil), Joan Jonas (EUA), Hanni Kamaly (Noruega), Frida Orupabo (Noruega), Gala Porras-Kim (Colômbia) e Alice Shintani (Brasil).
A equipe curatorial da 34ª Bienal de São Paulo – “Faz Escuro mas Eu Canto” teve Jacopo Crivelli Visconti como curador geral, Paulo Miyada como curador adjunto, e Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez como curadores convidados. Na capital chilena, a exposição é articulada em torno dos dos cantos do povo Tikmũ’ũn, que estava à beira da extinção em meados do século 20, quando foi forçado a se deslocar de seu território originário localizado no sudeste do Brasil.
Para eles, cantar é uma forma de organizar suas vidas, fazendo referência ao meio ambiente, seu cotidiano, saberes e cosmologia. Sob essa premissa, artistas chilenos prepararam intervenções especiais. Na abertura, Seba Calfuqueo apresentará uma performance e Alfredo Jaar desenhará sua obra “Chiaroscuro” com novas cores e com a citação que faz parte do trabalho traduzida para o espanhol.
No Brasil
Obra de Frida Orupabo – Foto: Divulgação
Belém, capital do Pará, recebe outra parte da Bienal, no Solar da Beira. Aberta na última quinta (29.09), a exposição segue até 20 de novembro na capital paraense, com entrada gratuita. No Pará, a expo foi organizada a partir de dois enunciados: “A imagem gravada de Coatlicue” e “Hiroshima mon amour”, de Alain Resnais, dos quais agrupam-se obras que dialogam com questões como alteridade e opacidade – sendo este último um conceito do autor Édouard Glissant, uma das referências teóricas desta edição da mostra. Por lá, estão expostos trabalhos de nove artistas de oito diferentes países: Alice Shintani (Brasil), Claude Cahun (França), Gala Porras-Kim (Colômbia), Haris Epaminonda (Chipre), Jungjin Lee (Coreia do Sul), Melvin Moti (Holanda), Naomi Rincón Gallardo (EUA), Uýra (Brasil) e Marinella Senatore (Itália).
Mostra itinerantes
Obra de Alice Shintani – Foto: Divulgação
O Programa de mostras itinerantes da Bienal de São Paulo é uma iniciativa que chega em 2022 à sua sexta edição. Pela iniciativa, além de São Luís (MA), Campinas (SP), São José do Rio Preto (SP), Campos do Jordão (SP), Belo Horizonte (BH), Fortaleza (CE) e Belém (PA), outras cidades brasileiras e do exterior irão receber recortes da 34ª Bienal este ano: Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Santiago (Chile) e Arles (França).
Serviço
Programa de mostras itinerantes
34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto
Centro Nacional de Arte Contemporáneo Cerrillos
Av. Pedro Aguirre Cerda, 6100, Cerrillos – Santiago, Chile
1 de outubro – 27 de novembro 2022
De ter. a dom., das 10h às 17h
Entrada gratuita
:: centronacionaldearte.cl
Solar da Beira, Belém (PA)
Blvd. Castilhos França, 120 – Campina
De 29 de setembro – 20 de novembro de 2022
Visitas de ter. a sex., das 8h às 17h; sáb. e dom., das 8h às 14h
Entrada gratuita
