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Por Guilherme de Beauharnais
Karla Welch é o momento! Com o casal Justin e Hailey Bieber no portfólio, a stylist é um dos nomes mais quentes da moda – e com razão! Além das amizades com celebridades e as produções fashionistas que são hit na web, Welch é reconhecidamente uma mulher de personalidade e uma voz política ativa nas redes sociais. “Eu acho que todos deveriam defender aquilo em que acreditam”, conta em conversa exclusiva com Bazaar, antes de participar do primeiro dia do evento Iguatemi Talk Fashion, que acontece entre 25 e 26 de outubro.
Profissional da moda há quase 20 anos, admite que “cheguei atrasada” no mundo digital, mas hoje já beira os 400 mil seguidores no Instagram, onde revela os visuais que assina para as famosas, como Tracee Ellis Ross, Naomi Scott, Olivia Wilde e Sarah Paulson. No universo digital – trabalhando para nomes A-List –, Karla sabe que não está imune a críticas da comunidade fashion online, mas trata o assunto com honestidade: “Há uma década ou mais atrás, teria me matado. Agora, não faz diferença.”
Atenta às mudanças de clima na indústria, também compreende a necessidade por relevância em uma era de intensa competitividade na criação de conteúdo digital e sabe que é impossível ignorar pautas urgentes, como a sustentabilidade.
Harper’s Bazaar – É nítido, nas suas redes sociais, que você não tem medo de ter uma voz política ativa em relação a movimentos como “Black Lives Matter” e o apoio às mulheres do Irã. Por que você acredita que é importante para pessoas da indústria defenderam aquilo em que elas acreditam?
Karla Welch – Eu acho que todos deveriam defender aquilo em que acreditam. Ponto final. Além disso, acredito que os tijolos que constroem a nossa democracia também são a base das nossas comunidades. Acontece que eu tenho uma plataforma global incrível e sou realmente grata pela comunidade que construí.
Você trabalha com uma diversidade de marcas e celebridades que, com certeza, têm todos os tipos de opiniões diferentes. Como isso afeta o seu trabalho?
Acredito que um dos meus superpoderes é a habilidade de realmente achar um caminho para trabalhar de formas muito individuais, respeitando cada pessoa, sem colocá-las em formas. Nunca quero que seja um “visual Karla Welch”. Quero que seja um look Tracee, Justin e Hailey ou Olivia. Não quero que pareça que eu estive lá, mas definitivamente quero deixar minha marca.
Vivemos em tempos de intensas discussões e críticas online, em que pessoas de todos os tipos de cenários pessoais e profissionais têm o direito de opinar. Comentários e mensagens nas redes sociais têm impacto no seu trabalho?
Há uma década ou mais atrás, ter um cliente na lista dos mais malvestidos teria me MATADO. Agora, não faz diferença, mas acho que pode ser bem horrível, sim. Escute: se você não falaria na frente de alguém, não digite no teclado. Prefiro viver com amor.
Enquanto novas plataformas digitais estão surgindo, novos profissionais de todas as idades e partes do mundo estão ganhando seguidores e construindo comunidades, especialmente dentro da indústria da moda. Do seu ponto de vista como stylist, o que é preciso para fazer um trabalho relevante e significativo em uma era onde há tanto conteúdo sendo postado todo dia?
Uau, boa pergunta! Nunca quero desmerecer ou desencorajar nenhum profissional, mas esse negócio é DIFÍCIL independente da sua porta de entrada. Acho que pessoas demais ignoraram o movimento digital das mídias sociais e, sinceramente, eu também cheguei atrasada. Mas para frente é a única direção a seguir! E o trabalho duro é a única maneira de continuar!
Você se considera uma influenciadora ou uma influenciada?
As duas!!!! Meu Deus, como a vida seria chata se eu nunca pudesse ser inspirada ou influenciada.
A conversa sobre o Metaverso também está em todo o lugar agora. Até grandes nomes da moda estão investindo nessa nova realidade, onde os usuários têm a liberdade para brincar com a moda da forma que quiserem. Como você enxerga o trabalho de um stylist nesses novos ambientes digitais?
Eu acho que é um mundo a ser descoberto!
A pauta de sustentabilidade está cada vez mais importante. Como você a vê refletida no seu trabalho?
Sabe, eu sou stylist há quase 20 anos e tenho usado o vintage desde o começo. Muito antes desse entusiasmo sobre peças de segunda-mão no tapete vermelho, eu já estava fazendo! Também tento ser consciente no meu trabalho no dia-a-dia: sets neutros em emissão de carbono, uso de aviões apenas quando muito necessário… e adoro clientes que repetem roupa!
Usar o vintage é uma das formas que as pessoas têm encontrado de ajudar a moda a ficar mais verde e, como você mencionou, até se tornou uma tendência nos tapetes vermelhos. Como stylist, você sente uma pressão para promover o que há de mais novo e quente na moda, ao invés de seguir um caminho mais sustentável?
Não. Penso: “que ganhe o melhor vestido”. Ponto.
