Foto: Divulgação

A artista Lize Bartelli, pintora figurativa brasileira radicada em Londres, inaugura a exposição “Skeleton Closet”, sua primeira mostra solo, na Galeria Simões de Assis, no Jardins. A série de 15 obras apresenta retratos de amigas e familiares em ambiente intimista e propõe uma discussão sobre a posição da mulher na sociedade, com elementos que passam pela domesticidade, a passagem do tempo e as possibilidades de conexão e intimidade propostas pela casa.

Bartelli propõe o gênero feminino como ponto de interesse principal dessa série, assim como em toda a sua produção: “Como mulher, o universo feminino e tudo relacionado a ele me interessa profundamente. As condições de gênero do mundo atual são construídas e desiguais. Por isso, minha pesquisa é entender os sistemas, as razões históricas, políticas e sociais que nos impedem”, conta Bartelli.

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A fotografia costuma ser o ponto de partida para o processo criativo da artista. A série “Skeleton Closet” começou a partir de um autorretrato feito após assistir “O Sétimo Selo” de Ingmar Bergman, em especial a cena onde a morte joga xadrez com o personagem principal Jons. A partir daí, Bartelli fotografou outras mulheres e criou pinturas com colagens e outros elementos que configuram como uma série de “mixed media”, ou seja, realizada com diversas técnicas e materiais diferentes.

Neste trabalho, as fotos têm um significado ainda mais valioso: “A fotografia é o congelamento da imagem, que resulta no congelamento do tempo, e é essa passagem do tempo e seu efeito que é de extrema importância na série. Ela fala sobre como esses efeitos internos e principalmente os externos podem impactar as mulheres, acima de tudo em uma sociedade tão dura quando se trata da aparência feminina”, conta Bartelli.