
Foto: Divulgação
Heloisa Hariadne está acostumada a criar atmosferas aquosas e oníricas habitadas por animais, plantas, frutas e seres fantásticos. Suas pinturas são banquetes sinestésicos, que convidam o público a uma experiência sensorial, que extrapola a visualidade. Assim, ela apresenta Nem o Céu Escapa da Vida, na Galeria Leme, com abertura neste sábado (17.06), em São Paulo. A segunda exposição individual da artista paulista segue em cartaz até 22 de julho.
Diferentemente de seus trabalhos anteriores, a figura humana é suprimida quase por completo na nova mostra, onde Heloisa explora elementos figurativos sobre a superfície da tela. “Em busca de suas imagens, Hariadne transita entre a pintura e a escrita, entre uma tela e outra, entre sua prática artística e seu cotidiano íntimo, fazendo dessa circularidade um estado permanente”, conta o texto crítico da curadora Priscyla Gomes.

Foto: Filipe Berndt
Como a artista afirma, esse estado transpõe as atividades mais mundanas e perpassa questões existenciais e políticas, abarca sua relação com o alimento, o resgate de sua ancestralidade, as inquietações acerca do sistema das artes visuais e o compromisso ético com o seu trabalho e os seus pares.
A artista
Seus trabalhos conectam, em uma única dança, as memórias de seu corpo. Suas pinturas questionam suas tentações e intenções em um retrato íntimo, compondo uma poética puramente traduzida em suas telas. “Quem somos nós por dentro?” é uma pergunta que guia seus caminhos, antes invisibilizados, gerando oportunidades de diálogos sobre a multitude que constitui cada subjetividade. Nessa conversa com seu eu interior, a artista nos coloca em reconexão com o natural como forma de liberdade e desejo de novas compreensões do mundo.

Foto: Rony Hernandes
Serviço
Nem o Céu Escapa da Vida, de Heloisa Hariadne
De 17 de junho a 22 de julho
De ter. a sex., das 10 às 19h. Sáb. até às 17h
Galeria Leme
Rua Valdemar Ferreira, 130 – Butantã, São Paulo – SP