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“O desfile da Marc Jacobs hipnotizou seu público com uma fusão inspiradora da alfaiataria feminina e elegância feminina.” Esta frase faz parte do comunicado sobre o inverno 2023 da marca, divulgado nesta segunda-feira (26.06), e, à primeira vista, pode soar monótono e raso para descrever a intensidade da coleção apresentada. Isso tem um motivo: o documento foi todo redigido pelo Open AI Chat GPT, plataforma de Inteligência Artificial que tem gerado discussões – além de textos, imagens e conversas – ao redor do mundo.

O texto já era um indício da crítica que Marc Jacobs abordaria na apresentação surpresa: o designer usou o desfile para questionar a rapidez dos conteúdos que consumimos atualmente. Ou seja, o hábito de preferir vídeos curtos e, após assisti-los, arrastar rapidamente para o próximo conteúdo viral. Isso fica claro com a rapidez do desfile, em que as modelos cruzaram a passarela duas vezes antes do estilista surgir para agradecer – tudo em aproximadamente três minutos.

Na passarela, as roupas remetem aos anos 1980, ou seja, uma era pré-internet. A alfaiataria masculina, descrita pelo Chat GPT, aparece nos amplos ombros e largas calças, enquanto as características mais femininas são apresentadas em minivestidos.

Seja pela grandiosidade ou pelas formas, todas as peças têm características esculturais. Além dos ombros retos, os bustos arredondados, os volumes das saias e o drapeado que imprime rigidez mesmo com sua criação fluída dão ares artísticos à coleção.

A beleza faz referência à personagem de Daryl Hannah em “Blade Runner”, uma produção que aborda as disputas entre androides e humanos. Atualmente, criativos se veem em uma briga semelhante, tentando entender se as tecnologias são aliadas ou inimigas das produções inerentemente e, até então, exclusivas dos humanos. Na moda, fica o questionamento: elas são amigas ou inimigas das criações fashions?