Sri Preethaji é uma líder transformacional e cofundadora da O&O Academy, uma escola de filosofia e meditação na Índia. Ela oferece cursos nas principais cidades do mundo que levam as pessoas às dimensões científicas e transcendentais da consciência. Para o mais recente deles, Field of Awakening (Campo do Despertar, em português), a indiana esteve no País no final de novembro.
Aquietar a mente e buscar soluções para a vida cotidiana, ancorar o pensamento no empoderamento, fortalecer o autoconhecimento e livrar-se do estresse são algumas das propostas do Field Of Awakening, jornada de quatro dias que aconteceu em São Paulo. Durante sua passagem, Preethaji, que é também fundadora da Ekam Oneness, conceituada escola de filosofia, meditação e transformação pessoal, localizada no sul da Índia, falou com Bazaar:
Harper’s Bazaar – Seus encontros são sempre experiências muito poderosas. De onde a senhora acredita que vem todo esse poder?
Sri Preethaji – Definitivamente, há uma vibração quando todas as pessoas estão juntas, na mesma sintonia, trabalhando por um bem comum. Essa vibração vem do universo e flui pelas pessoas. É como um bambu, quando o vento passa por ele sem nenhuma obstrução, faz um som lindo de se ouvir. Digo que com as pessoas acontece o mesmo. A presença de uma pessoa em um estado de consciência poderoso faz esse fluxo divino e torna o campo ainda mais poderoso, com um impacto enorme em todos.
HB – Quando a senhora descobriu que tinha esse poder de iluminar?
SP – Meu caminho começou a se abrir quando tinha nove anos. Desde que me lembro, sempre senti o que minha mãe, meu pai ou minha irmã sentiram. Eu até senti o que meus professores e amigos sentiram. Não que conhecesse seus pensamentos, mas podia sentir seus sentimentos como se nada nos separasse. Quando tinha cerca de nove anos, tive um choque ao perceber que os outros não vivenciavam a vida da mesma forma que eu. Na adolescência, aos 17 anos, comecei a experimentar estados espontâneos de consciência profunda, dimensão de consciência atemporal e ilimitada. Eu era o grande fluxo do universo. Esses estados e outros continuam a surgir sem que eu os peça.
HB – Qualquer pessoa pode chegar a esse estado de transcendência?
SP – Sem dúvida, desde que se comprometam e queiram. O que faço é conduzir as pessoas através de processos sagrados que podem levá-las a esses estados transcendentais. À medida que as pessoas despertam para esses estados, suas antigas feridas cicatrizam, elas se libertam dos vícios e despertam para um propósito maior de vida. Eles sabem que existe um espaço na consciência onde existe uma quietude que nenhuma preocupação pode tocar. Tornou-se muito mais fácil para essas pessoas afastarem-se dos julgamentos e da desconexão para um espaço de amor e conexão.
HB – Como definiria em poucas palavras o Campo do Despertar?
SP – Campo do Despertar é uma jornada da consciência para a liberdade e traz mudanças duradouras nos níveis físico, psicológico, neurológico e místico, tornando-se parte de um campo de energia divina e experimentando uma transformação profunda para um crescimento exponencial. Você entra em contato com a Inteligência Universal e experimenta um poder que o nutre, cura, protege e enriquece. Você encontra acesso a todo o seu potencial para viver o seu propósito, aqui e agora. Porque a iluminação é a cessação total do sofrimento. É libertação. É estar presente na vida sem julgamentos e justificativas da mente humana. Fundamentalmente todo ser humano vive apenas em qualquer um dos dois estados – um estado de “sofrimento” ou um estado de “sem sofrimento”; e não existe um terceiro estado. Com o fim do sofrimento, há uma paz imensurável, e uma paz tão grande atrai grande abundância do universo. Todo ser humano é então uma fonte de bem-estar, é uma bênção para si mesmo, para o outro e para o mundo.
HB – Qual a sua proposta para o mundo?
SP – Minha meta é transformar 0,001% da humanidade em pessoas iluminadas, com compaixão, quando haverá uma transição de fase na própria consciência da humanidade. Queremos impactar essas pessoas, cerca de 81 mil. Quando elas começarem a experimentar o mundo através de um estado Iluminado de unidade, a humanidade passará da violência para a paz.
HB – A senhora tem esperança na humanidade?
SP – É para isso que dedico meu trabalho, para isso que estou aqui. Pessoas autocentradas, com vícios, desconectadas, sozinhas indiferentes, depressivas, ansiosas, são problemas que a civilização está criando agora como resultado da tecnologia. Isso precisa mudar e é o que estamos tentando fazer. Minha missão é estimular a consciência dos seres humanos a ponto de que possamos trocar as palavras sofrimento, divisão e conflito por paz, conexão e unidade.