
Neste clique, o cantor veste regata Dod Alfaiataria, jaqueta Balmain, calça Zegna e earcuff Nart (Direção criativa: Kleber Matheus; Foto: Hudson Rennan; Styling: Thiago Ferraz; Beleza: Helder Rodrigues)
“Quero ser reconhecido como um cara que era muito foda nos shows”, diz Jão no Garotos da Capa, uma produção original da Harper’s Bazaar Brasil. Nosso coverboy da edição de dezembro da Bazaar Man é o convidado do podcast de número 48. A fama não atrapalhou seu lado sonhador. Projeta esta energia para concretizar pensamentos. “Às vezes tenho medo de parecer meio bobo”, narra ele sobre o que ainda carrega daquele jovem dos covers na internet. “Acho que eu era mais foda-se”. Hoje, acredita ter mais a perder. “Valorizo as conquistas, porque não foi nada fácil”.
Mas não quer dizer que aprendeu a celebrar. Sempre que chega a algum lugar, sua mente, automaticamente, quer dar um próximo passo. “Não consigo comemorar absolutamente nada. Tenho medo de não dar certo e abrir a guarda”. Bastante fiel ao que quer fazer, no trabalho tem uma única superstição: “Gosto de começar as coisas em anos pares”. Não tem numerologia ou ciência por trás, mas é uma das curiosidades do cantor ligadas ao misticismo. Não segue uma religião, mas estuda de tudo um pouco. Olhar para o passado e ser grato às conquistas é o maior aprendizado. Com uma turnê megalomaníaca a caminho, pode sonhar ainda mais alto. “Fazer uma turnê mundial, talvez, seja o meu maior sonho”, conclui.
O Jão fashionista é aberto a experimentar. “Se fico feio, vamos ficar bonito na próxima, mas eu gosto muito de aprender”, ri. Jão compara sua vida com a da personagem fictícia Hannah Montana (interpretada por Miley Cyrus). De um lado, o glamour de estrela e, ao chegar em casa, nada disso existir. “Parece ser um sonho, uma alucinação”, ri. “Isso me mantém interessado na vida, em escrever sobre coisas verdadeiras”. Para ele, é, também, uma espécie de proteção. Pode soar batido, ele concorda, mas essa geração não tem muitas figuras reforçando o mantra: “Acredite nos seus sonhos, acredite em você mesmo. Gosto de ser essa pessoa para os meus fãs por ter acreditado”.
Seu maior sonho é manter as conquistas. Algo difícil em uma era volátil onde o chart das músicas são efêmeros. Jão é regido por afetos. É um mecanismo de defesa para toda a pose da indústria do entretenimento. “Não tenho saco”, diz, apesar de amar o trabalho. Sentir-se desconfortável não é para ele. Por isso, seu hobby é receber em casa. “Gosto de ser tipo a Monica (interpretada pela atriz Courteney Cox), de Friends, onde o mundo gira em torno. Ali, não tem frescura”, endossa. Aos 29 anos, e pouco mais de cinco na estrada, o cantor tem conexão verdadeira com os fãs – ou lobos (nome de seu fandom). Enquanto alguns quebram a cabeça para se conectar à Geração Z, essa simbiose com o público parece não ser barreira para o escorpiano de Américo Brasiliense (cidade no interior distante 294 km de São Paulo). Ouça o programa na íntegra!