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Um dos principais desafios de qualquer marca é, na hora de montar um desfile, criar uma coleção que engrandeça seu lado conceitual, mas que continue a gerar desejo comercial. Por mais instigante que um show possa ser, o objetivo final é sempre o mesmo: vender. E poucas marcas têm um trabalho tão primordial neste quesito quanto a Jacquemus. Seja por suas bolsas icônicas, suas campanhas virais, seus recortes sensuais ou toda a aura que criou em torno de seus códigos, a marca está recorrentemente na boca dos consumidores.
De forma inteligente, Simon Porte Jacquemus, criador da label, sabe brincar com isso. Depois de atiçar o público com imagens direto do escritório de Hubert de Givenchy – cuja casa homônima encontra-se sem diretor criativo –, o designer apresentou sua coleção de verão 2024 afirmando que seu único objetivo é expandir e melhorar o seu legado, o que carrega o seu nome.
Com o nome “Le Sculptures”, Jacquemus deu seu olhar sobre uma das estéticas que retornou aos spotlights, o “office core”. Saias lápis, camisas, suéteres e calças sociais ganham ares artísticos nas mãos da Jacquemus. Como o nome da coleção já anuncia, uma série de elementos adiciona toques esculturais à linha. Os ombros, amplos, têm curvas destacadas, enquanto calças sobem pela cintura em um desenho arredondado – um misto de corset, peplum e silhueta altíssima.
É fácil imaginar Emily Ratajkowski da passarela para as cenas de “Uma Secretária de Futuro”, mas, ao mesmo tempo, os justos vestidos com decotes retos trazem a coleção de volta ao século XXI. Apesar dos volumes, o minimalismo está lá – incluindo na noiva que fecha a apresentação.
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Depois de tantos conteúdos e inspirações sobre as “mob wives” (estética que valoriza a extravagância), a Jacquemus dá o seu palpite sobre o assunto ao levar o animal print para a passarela, que, nesta temporada, tomou conta da Fundação Maeght, na Colline des Gardettes, sudoeste francês.
Mesmo se retirando dos calendários oficiais, Simon não se retira da discussão fashion. O quiet luxury está lá, as mob wives estão lá, o lado artsy está lá e o desejo, de ser Jacquemus, também está sempre lá.
