Timothée e Zendaya | Foto: Niko Tavernise © 2023 Warner Bros. Entertainment Inc.

Dia 29 de fevereiro foi escolhido como a data de estreia brasileira de “Duna: Parte 2”, filme de Denis Villeneuve. A data rara do calendário ocorre somente a cada quatro anos. Coincidência ou não, assim como o dia, não é todo ano que um filme causa uma comoção como a continuação adaptada do clássico de Frank Herbert está causando. A sequência chega para concluir o arco iniciado anteriormente há três anos. Na obra, Paul Atreides, interpretado por Timothée Chalamet, se integra completamente na comunidade Fremen, a ponto de que o povo de Arrakis passa a enxergá-lo como o “messias prometido” – crença que prevaleceu após os anos de influência da irmandade das Bene Gesserit. Antes da estreia, Bazaar assistiu ao filme, um dos principais lançamentos de 2024, e te conta os motivos que fazem da obra uma das maiores do século.

Se o primeiro Duna entrega grandeza em fotografia e som, a parte dois não poderia ser diferente. A experiência em IMAX, com tela ampliada e equipamento sonoro de alto nível, ajudam a contar o enredo que é de arrepiar, literalmente. Aos que reclamam do ritmo do primeiro filme, podem dar uma chance para essa segunda parte, muito mais frenética e intensa. Agora, caso você tenha se apaixonado pela história desde o começo, espere uma continuação à altura. Muitos afirmam que o segundo filme é melhor que o primeiro, prefiro não entrar nesse quesito, pois eles são extremamente complementares e um não anula a beleza do outro.

Nessa nova etapa, cada detalhe em cena importa para expandir esse universo tão fascinante (tente não piscar lentamente até o filme terminar). As cenas de luta e guerra são de alto nível, e não é atoa que Villeneuve foi escolhido para fazer “Blade Runner 2049”, que possui muitas referências em Duna. Além do clássico de Ridley Scott, o diretor não nega ser fã de “2001 – Uma Odisséia no Espaço” e “Star Wars”. Por isso, o universo futurista casa com um mundo medieval distópico. Um verdadeiro prato cheio para os frenéticos por “O Senhor dos Anéis” e “Game of Thrones”. Em “Duna: Parte 2”, a religião e as articulações políticas aparecem com força, assim como no livro da obra original. É curioso ver como os debates são tão atuais, mesmo se tratando de um livro lançado em 1965, que relata um futuro situado há 20 mil anos.

No entanto, o filme não se limita ao público mais lógico, Duna conseguiu unir três tipos de pessoas que defendem seus favoritos com unhas e dentes: os cinéfilos, os geeks e o público mais jovem que aguarda ansiosamente para ver Timothée e Zendaya. O curioso é que essa união agrada a todos. O elenco, além do casal principal, conta com Josh Brolin, Rebecca Ferguson, Javier Bardem, Stellan Skarsgård, Dave Bautista, Austin Butler, Florence Pugh, Christopher Walken e Léa Seydoux. Sinceramente, dificilmente daria errado. É curioso perceber a evolução de Timothée do primeiro para o segundo filme – a jornada do herói é incrivelmente visível. Destaque também para Bardem, que possui um humor cômico que o torna uma figura interessante. Impossível deixar de falar de Austin Butler, que dá um show de atuação – diria que a principal em sua carreira que o afasta do Elvis Presley de Baz Luhrmann. Já Christopher Walken, pela grandiosidade que tem, possui um papel curioso, elaborado de uma maneira menos óbvia, mas que agradou na escolha. No entanto, sabemos que nem sempre um elenco de peso faz verão. No longa-metragem, a direção de Villeneuve demonstra como ele tornou-se um dos principais cineastas de sua geração.

Além de cenários gigantescos, efeitos grandiosos e enredo amarrado, outro aspecto que vale o destaque é o figurino. Por mais que tenha sido Zendaya que ostentou diversos looks diferentes nos eventos de divulgação, no filme, as roupas de Florence merecem todos os olhares, principalmente no quesito das texturas. Caso esteja planejando assistir, é recomendado sim assistir a primeira parte do longa-metragem, já que o 2 não perde tempo explicando detalhes da história. Ele é intenso desde a primeira cena. Agora, se deseja acompanhar ainda mais a jornada de Villeneuve, assista: “Os Suspeitos”, “A Chegada” e “Blade Runner 2049”.