
Gucci, verão 2025 – Foto: Divulgação
Por Cassio Prates e Eve Barboza, de Milão
A Gucci apresentou sua coleção masculina e o Sabato di Sarno explorou o tema dos encontros – incontri. De forma prática, a coleção reflete a intersecção entre a cidade e a praia, mas também aborda momentos em que não há distância entre pensamentos, ações e o coração. Mesmo indiretamente, Sabato fala de amor.
A passarela atravessa uma enorme estante de livros, e os modelos, após cruzarem pelos convidados, desfilam também do lado de fora, reforçando a ideia de encontros entre mundos abertos e fechados.
As roupas estão cada vez mais alinhadas com a estética que o estilista vem construindo para a marca – menos montada e mais próxima das ruas de Milão. Ele apresenta versões mais fluidas para o masculino da Gucci, evidentes nos shorts combinados com casacos, talvez já sua marca registrada. As jaquetas mais relaxadas, feitas em popeline, as camisas com franjas de miçangas e apliques de flores bordadas, e as sapatilhas também refletem essa estética. Há ainda uma pitada sexy com polos e camisetas transparentes, shorts super curtos e óculos usados para trás presos por uma pulseira de cores fortes, que à primeira vista parecem chokers.
O desfile começa com “The Future Starts Slow” do The Kills, com a letra “eu nunca vou desistir de você, se não meu coração falhará”, e termina em alta com “Modern Love” de David Bowie – um dos primeiros artistas pop a desconstruir padrões de gênero. Na canção, ouve-se “É o poder de encantar. Estou deitado na chuva. E nunca dou tchauzinho”. Lá fora, enquanto Sabato acena para o público, lê-se no chão em italiano: “a medida do amor é o amor sem medida”. É realmente uma coleção sobre amor, bem mais consolidada. É um amor moderno.