Gucci, verão 2025 – Foto: Divulgação

Por Cassio Prates e Eve Barboza, de Milão

A alfaiataria italiana, um dos orgulhos nacionais, é frequentemente destacada na semana de moda masculina. No entanto, nesta última temporada, vimos propostas mais despojadas e soltas. Especialmente na Prada, a roupa de escritório e os ternos soltaram a gravata e foram para a festa – um verdadeiro festão! Fora da passarela, a cena de Milão se insere na rota eletrônica, com festas acontecendo em parques ou embaixo de pontes, como a Buka e a Gato Verde, deixando fashionistas de ressaca no dia seguinte.

Magliano, um jovem destaque da moda italiana, apresentou uma alfaiataria desconstruída, capturando a mesma energia de uma saída de festa para a universidade. O estilista também homenageou a cultura queer com diversas estampas.

Magliano, verão 2025 – Foto: Divulgação

Martine Rose, de Londres, reforçou o clima festivo com roupas que se afastam dos padrões convencionais, explorando novos movimentos. A Gucci também flertou com essa ideia de proporções fluidas, apresentando uma coleção super colorida com peças mais sexys e noturnas, como camisas bordadas e polos transparentes.

A Fendi e a Dolce & Gabbana afrouxaram seus shapes e ternos. Na Dolce & Gabbana, a versão mais leve trouxe calças pregueadas e ajustes mais largos, misturados com peças feitas à mão. Na Fendi, houve uma desconstrução de uniformes de trabalho, combinados com referências esportivas interessantes, coloridas e fluídas.

A MSGM comemorou seus 15 anos com uma festa, trazendo de volta a energia jovem. No desfile, que focou em cores vibrantes, listras, lenços e uma alfaiataria descontraída e ampla, pessoas jogavam tinta na parede atrás da passarela, em homenagem à primeira coleção da marca, em junho de 2019, quando camisetas eram pintadas na última hora para não parecerem tão chatas.

Prestes a celebrar 90 anos de idade, Giorgio Armani revisitou o passado, mas com a contemporaneidade perfeita para criar as novas coleções da Empório Armani e Giorgio Armani

No desfile de Zegna, a marca seguiu sua tradicionalidade, mas Alessandro Sartori, diretor criativo, apostou na fluidez e em peças variadas em termos de tecidos e padrões, criando um guarda-roupa leve, prático e lúdico. Destacaram-se as peças feitas de linho, tecido que sintetiza a maleabilidade, beleza e formas nobres da construção das roupas da temporada. 

No final do desfile da Prada, Miuccia e Raf expressaram o desejo de fazer com que a moda parecesse viva, que as roupas tivessem a aparência de que já foram vividas. Eles conseguiram, refletindo o mood da temporada, bem mais vivo, alegre e menos ajustado. Milão também é uma festa!