Fotos: Mikey; Styling: Janice Mahenge; Make up: Meraki by Onome; Cabelo 25th Fairy Hair

Ayra Starr esteve no Brasil recentemente para uma única apresentação em São Paulo, dentro da programação do C6 Fest, no Ibirapuera. A cantora da Nigéria é um dos expoentes da música Pop africana e acaba de lançar o álbum The Year I Turned 21 (Mavin Records), com participações da nossa Anitta além de Asake, Coco Jones, Giveon, Seyi Vibez e Milar. “É como se o mundo dissesse ‘ok, é por isso que eu sou assim’. O segundo álbum é uma versão evoluída do primeiro”, diz ela sobre o sucessor de 19 & Dangerous.

Com a crescente conquista de artistas africanos em outros territórios, Ayra tem feito muito bem a lição de casa ao expandir seu público em mercados diferentes, como nos Estados Unidos, onde abre a turnê de Chris Brown. “Uma coisa que aprendi foi sobre performances ao vivo. Ele é um grande performer, nunca vi nada igual. Ele é incrível, e estou aprendendo após cada show”, elogia. Como ela, a jovem cantora Tyla, da África do Sul, e outros talentos fazem do inglês sua língua-mãe nos charts globais e postulam um gramofone dourado de World Music no Grammy, por exemplo.

Os próximos passos de Ayra são o single Goodbye, com participação de National Care, que acaba de ganhar um clipe. E ela tem planos e empolgação para embarcar em uma turnê mundial, com rota brasileira no caminho – pode esperar – e, provavelmente, gravar o clipe de Woman Commando, a faixa com Anitta e Coco Jones, no Rio de Janeiro. “Ainda não sei se vou fazer isso, mas é algo em que tenho pensado. Acho que seria muito legal se fizéssemos isso”, diverte-se. Leia, abaixo, a entrevista completa:

AA – O nome do segundo álbum é The Year I Turned 21. Qual foi a primeira coisa que você fez quando completou 21 anos?
AS –
Eu estava em Barbados, apenas aproveitando. Não trabalhei a semana inteira. Acho que foi isso.

AA – Você estava lá para o Crop Over (espécie de Carnaval, que celebra o fim da colheita da Cana de Açúcar e os moradores vão para as ruas vestidos de forma semelhante em blocos, como no Brasil)?
AS –
Não fiquei tempo suficiente para o Crop Over.

AA – E o que gosta de fazer quando está em casa, de folga?
AS –
Gosto de assistir TV. No momento, estou assistindo Succession e é muito bom.


AA – Por causa da série, o “quiet luxury” virou uma febre, todos ficaram obcecados por isso. Mas é algo que existe há décadas… É o único que está assistindo?
AS –
Pois é, acho que todos na série são literalmente insanos. Depois, vou assistir Sex and the City. Quero assistir porque todo mundo tem falado sobre isso, dizem que todo adulto tem de assistir, e sei que não preciso só por causa disso, mas vou (risos).

AA – Agora está disponível na Netflix… Você esteve no Brasil mês passado, no C6 Fest. Qual a melhor memória daqui?
AS –
O show foi incrível. Adorei, mas não pude ficar muito tempo. Quando voltar, quero conhecer Rio e estender minha estadia. Eu só conheci São Paulo, fui ao shopping, e os fãs foram simplesmente incríveis. Acho que os fãs são a melhor coisa do Brasil.

AA – Os brasileiros amam ir nos posts de seus artistas favoritos, falar: “please come to Brazil”…
AS –
Sim, foi algo semelhante porque eu costumava receber muitas mensagens do Brasil dizendo isso. Então, pensei: “Sabe de uma coisa? Eu preciso ir ao Brasil”. Quando eu estava aí, me mandavam mensagens do tipo: ‘Já chegou? Está aqui?’. Foi uma loucura e, ao ver os fãs, reconheci alguns deles do Instagram, porque conversamos por lá. Quando os vi na primeira fila, foi incrível.

AA – Está planejando voltar?
AS –
Definitivamente, tenho planos. Talvez um show solo meu. Estou pensando, quero voltar de férias e festejar. Preciso muito festejar no Brasil. Quero ver do que se trata todo esse hype. Não tive tempo na última vez, mas vou voltar.

Fotos: Mikey; Styling: Janice Mahenge; Make up: Meraki by Onome; Cabelo 25th Fairy Hair

AA – Você está familiarizada com o funk brasileiro? Como é para você, considerando que tocou Bonde das Maravilhas no seu show aqui no Brasil?
AS –
Sim, eu conheço muito bem o funk brasileiro. Eu amo. Sinto-me muito conectada. Estou ouvindo e adorando o novo álbum da Anitta, Funk Generation… é incrível. Estou ouvindo e planejando fazer algo especial para tocar funk (em meu show).

AA – É verdade a história de que você stalkeou a Anitta para conseguir a parceria de vocês?
AS –
Então, assinamos com quase o mesmo selo, por isso minha equipe conseguiu entrar em contato com ela. Mas eu costumava mandar mensagens para ela. Ainda mando mensagens. Já éramos amigas antes, já nos seguíamos, então não precisei fazer todo aquele esforço.

AA – Como você escolheu os artistas que fizeram parte do álbum?
AS –
Sou muito focada em sonoridade. Costumo me importar principalmente em como os sons se combinam. Então, eu dizia à minha equipe para tentar entrar em contato com determinados artistas, mas geralmente eu me concentro mais nas pessoas cuja voz sinto que vai combinar muito bem com a minha. Por exemplo, a voz de determinado artista é profunda e rica, e isso se encaixa bem com a minha. Além disso, meu irmão está no álbum.

AA – Como você resumiria o processo criativo do álbum? As referências… Alguma curiosidade, do tipo: fiz um acampamento para escrever, foi direto para o estúdio e compôs lá?
AS –
Fiz um pouco de tudo isso. Por vezes, escrevia na minha cama e depois ia ao estúdio e trabalhava na batida. Em outras, criamos tudo juntos no estúdio. Meu processo é muito variado. Sinto que estive trabalhando no álbum de diferentes maneiras.

AA – Qual foi a parte mais difícil desse álbum? Existe alguma curiosidade ou algo como “essa música foi adicionada no último minuto e não era para estar no álbum”?
AS –
Sim, para mim, a última música, The Kids Are All Right, foi assim. Fiz essa música três dias antes de escolhermos as faixas do álbum porque senti que precisava de algo especial. O álbum é muito sobre amadurecimento, algo muito vulnerável, e me permiti explorar minha vida, incluindo a perda do meu pai. Foi um processo muito pessoal.

AA – O que ainda permanece do início da sua carreira, quando você se inspirava em artistas como Rihanna, Beyoncé e Lauryn Hill?
AS –
Cresci ouvindo todos esses sons diferentes, desde Rihanna e Beyoncé até Shakira. Sampleei Shakira em Control. Sinto que venho trabalhando neste álbum a minha vida inteira. Costumava dançar Hips Don’t Lie e agora pude samplear essa música. Também consegui interpolar Miley Cyrus no álbum. A criança que eu era e ainda sou no meu coração, tudo isso moldou quem eu sou agora, e você pode ouvir isso na música.

AA – Você pode nos contar sobre os próximos passos do álbum? Haverá uma turnê mundial?
AS –
Estou trabalhando o single Goodbye, com a participação de National Care, com vídeo recém-lançado. Com certeza, haverá uma turnê em algum momento. Não sei exatamente quando, mas será este ano. Estou muito animada para que o mundo ouça o álbum. Sei que as pessoas já estão ouvindo, mas mal posso esperar para compartilhar mais.

AA – Você está preparando algo novo ou trabalhando em um novo projeto? O que você pode nos contar além da música, talvez?
AS –
Minha vida é toda sobre música, mas, sim, minha equipe e eu temos pensado em algumas coisas. Provavelmente filmar o clipe de Woman Commando, a faixa com Anitta e Coco Jones, no Rio. Ainda não sei se vou fazer isso, mas é algo em que tenho pensado. Acho que seria muito legal se fizéssemos isso. Mas, sim, realmente quero voltar ao Brasil. Com certeza.