24 horas: O skatista Felipe Gustavo compartilha sua rotina

 

Felipe Gustavo vai competir pela Seleção Brasileira de Skateboarding nas Olimpíadas de Paris. Aos 33 anos, ele se divide entre a rotina de empresário e o skate, além de se dedicar em casa em seu recente casamento. Entre competições e treinamentos, o atleta olímpico compartilha com Bazaar Man sua rotina antes de embarcar para Paris.

08:30 – Preciso de um tempo antes  de pegar o telefone. Falo com meu  agente e respondo e-mails. Tem sempre  alguém precisando de mim, como no  Brasil –onde tenho uma distribuidora  de shapes. Se acordo às 10 horas, já são  14h no Brasil. Se não acordar cedo, fico correndo e me dá agonia.

09:00 – Bebo água, ligo a cafeteira e faço a minha leitura diária da Bíblia.  Tomo café na companhia da Camila [Macedo, sua mulher]. Enquanto ela  vai para o inglês, faço exercícios em  casa. Começo com alongamentos  e, depois, entro na banheira de gelo  para dar uma acordada. Às vezes,  vou ao centro de treinamento de um  patrocinador, em Santa Mônica.

10:30 – Voltei de viagem [para Xangai com a seleção brasileira de  skateboarding], e quero ficar em casa. Este mês, ainda tem a etapa de Budapeste, na Hungria, antes dos Jogos Olímpicos. A entrada da modalidade ajuda na evolução e no crescimento do esporte. Focado, evoluo mais.

12:00 – Tenho andado bastante de  skate, por conta do campeonato, e não estou pesando na musculação  para não ficar cansado. Foco mais  no funcional, ativação e mobilidade. Quando volto para casa, é hora do recovery com as botas compressoras. Depois das Olimpíadas, tudo retorna ao normal. Tenho vários projetos para sair, com vídeos de rua.

14:00 – No almoço, tem arroz, salada e uma proteína. Mudei minha alimentação, cortando frituras e açúcares, adicionando legumes e saladas à dieta, porque seu corpo é seu templo. Como hambúrguer de vez em quando, mas em casa tento manter uma alimentação saudável.

15:30 – Na estreia do skate nas Olimpíadas não tinha público por conta da Covid-19. Essa vai ser a minha maior motivação. Vou tratar como um  campeonato normal, porque, para mim, o feeling é descobrir manobras. A maior felicidade do mundo é representar o Brasil. São duas categorias competindo: street [corrimão e escada] e park [rampas cobertas, com aquelas piscinas]  – sou do primeiro. A gente quer que o esporte cresça!

19:00 – Dia desses fui à pista do Paul Rodriguez, em LA, e, na volta, peguei um açaí em uma rede da qual sou sócio –é onde encontro a galera. Mas, na mochila, tem sempre um snack, como barrinha de proteína e vitaminas

20:30 – Em casa, Camila e eu  jogamos carta, assistimos a  videocasts e séries. Brinco que meu trabalho é o meu divertimento e todos os amigos estão lá. Imagine se eu tivesse outro hobby? (risos) Tento jantar cedo para o recovery do sono, cerca de  três horas antes de dormir

21:30 – Não tenho fim de semana  porque meu trabalho é todos os dias.  Quanto mais andar, mais preparado eu fico. Nas folgas, gravo comerciais, viajo a trabalho para demonstrações ou compromissos com patrocinadores. Acabo de lançar um shape de skate e, no fim do ano, terei um tênis em collab com uma marca internacional.

22:00 –Tento ler antes de me deitar, para acalmar a mente. Não assisto TV na cama. Faço skincare – às vezes me rebelo, mas a Camila sempre pega no meu pé. O skate me trouxe felicidade. Tenho uma vida abençoada e, quando olho para o passado, de onde eu vim [Brasília], tudo o que conquistei, agradeço a Deus.