
O shake Mazô Maná é feito com 14 matérias-primas – Foto: Felipe Morozini
Por Alexandra Farah
Seja antes ou pós-treino, nas principais refeições, ou nos lanchinhos entre elas, a proteína é o nutriente do momento – para alimentar, saciar, dar músculos e até para emagrecer. A projeção da Organização das Nações Unidas é que, até 2050, a população mundial será de 10 bilhões de pessoas e o consumo de proteína, no mesmo período, vai crescer 70%. Se a previsão se concretizar, o mercado de proteínas vai ser maior que US$1,2 trilhão. Muitos estudos estão sendo feitos e todos chegam à mesma conclusão: o planeta não pode mais derrubar árvores para plantar soja e alimentar bichos que vão para mesa como comida proteica. Sendo assim, o futuro das proteínas inclui as plantas.
Empresários e investidores sabem disso. Alguns pioneiros, grandes e pequenos, se movimentam. As alternativas à base de plantas estão na mira, por exemplo, de Jeff Bezos e Bill Gates, que colocam milhões em pesquisas e impulsionam a chegada no mercado de proteínas não-animais. Bill Gates inclusive tem o The Good Food Institute, iniciativa importantíssima que difunde, incentiva e financia opções alimentares que causem menos impacto no meio ambiente e, por consequência, traga mais bem-estar aos humanos.

As alternativas à base de plantas estão na mira, por exemplo, de Jeff Bezos e Bill Gates – Foto: Isa Brant
O Brasil também tem seus empreendedores visionários. Um bom exemplo é a turma por trás do super shake amazônico Mazô Maná. Um dos fundadores é Marcelo Salazar, engenheiro de produção, nascido em Campinas, mora há mais de 20 anos em Altamira, no Pará. Ele é ex-diretor do ISA, Instituto Sócio Ambiental, trabalha com povos originários e é um dos maiores experts em Amazônia – reverenciado até mesmo por Leonardo diCaprio, o ator que tem um fundo que levanta recursos para a região.
Sua sócia-fundadora é Raimunda Rodrigues, nativa amazônica, ribeirinha, líder comunitária, ela cuida da manipulação dos ingredientes do shake, sendo gestora de uma miniusina na comunidade Rio Novo, na reserva extrativista do Rio Iriri. Também fazem parte do time os cozinheiros Alex Atala e Bela Gil e os investidores Esteban Walter, ex-diretor do Google, e Arturo Isola, empreendedor por trás do Amazzoni gin.
“60% de todas as calorias que comemos vêm de apenas seis ingredientes entre cerca de 700 que estão disponíveis no mundo. É muita monocultura que está destruindo o ecossistema”, conta Marcelo. “Queremos promover a diversidade em todos os níveis do nosso negócio, a começar pelos ingredientes que trabalhamos”, diz. O shake Mazô Maná é feito com 14 matérias-primas, entre elas, açaí, cajá, babaçu, cacau, cogumelos, cumaru, murici e cupuaçu.
Outra opção nutritiva que vem da floresta é a MAHTA, empresa de Nutrição Regenerativa dos sócios Max Petrucci e Ed Calfat, que trabalha sobre um modelo que maximiza a saúde e a nutrição de quem consome, garantindo a justiça social das comunidades que produzem os ingredientes agroflorestais. Seus superalimentos têm uma combinação única de nutrientes, ciência avançada e saberes ancestrais da Amazônia, o bioma mais diverso do planeta.

Foto: Felipe Morozini
Em pó, o Superfoods da MAHTA é rico em proteínas e fibras, combina 14 ingredientes que atuam no microbioma humano, e promovem saúde, disposição e bem-estar. Entre eles, cacau, cupuaçu e cumaru. Ainda soa distante falar de proteína vegetal, mas o fato é que vamos ouvir falar cada vez mais nesses nutrientes da floresta – um encontro mais que bem-vindo entre natureza, sustentabilidade e tecnologia.