Foto: Mari Patriota

Entre glamour, o caos e carisma de Elvis Presley ganham vida com a interpretação única de Leandro Lima em “Elvis – A Musical Revolution”. O espetáculo, que fica em cartaz até 1º de dezembro no Teatro Santander, em São Paulo, promete capturar a essência do ícone musical com uma combinação de talento e paixão que faz jus à lenda.

Com sessões às quintas, sextas e aos domingos às 20h00, e sábados e domingos também às 16h00, a performance de Lima leva Elvis para os teatros de uma forma emocionante e autêntica. Em entrevista exclusiva à Bazaar, exploramos como o ator se preparou para este papel icônico, os desafios enfrentados e o que ele espera transmitir ao público ao interpretar o eterno Rei do Rock.

Foto: Mari Patriota

Harper’s Bazaar – O que você descobriu sobre Elvis Presley que mais te surpreendeu durante a preparação para o papel?

Leandro Lima – Algumas coisas me surpreenderam na pesquisa mais profunda, mas uma que deixa todo mundo que falo sem acreditar, é que Elvis, mesmo tendo sido uma estrela global de dimensões até então nunca alcançadas, nunca fez um show fora dos Estados Unidos. No Japão, por exemplo, ele chegou a vender milhões de discos.

HB – Houve algum momento específico ou evento na vida de Elvis que você achou particularmente inspirador ou revelador?

LL – Para mim o momento mais inspirador da trajetória do Elvis é bem no comecinho, antes de fazer o primeiro sucesso. Elvis era muito dedicado à música, tinha uma viola velha, três acordes e um sonho, então instintivamente e unindo as referências que tinha, como o blues da vizinhança, o gospel da igreja que frequentava com a família e country americano, criou um estilo único e com muita personalidade.

HBB – Você já era fã de Elvis Presley antes de aceitar o papel? Se sim, como isso influenciou sua abordagem ao personagem?

LL – Sempre curti o Elvis como cantor e figura, mas não posso dizer que era fã. Agora, sim! Amo todas as músicas que canto no musical, até as que ridicularizam o personagem. Quando fui escalado para o papel, a primeira coisa que fiz foi investigar o Elvis humano, o astro já é muito difundindo pelas músicas e pela imagem. E vale comentar que é muito bom pesquisar sobre Elvis. O material é quase infinito, a biografia escrita por Peter Guralnick em dois volumes, “Último Trem para Memphis”, com mais de 700 páginas e “Amor Descuidado”, com 900, são muito detalhadas. Tem também o livro da primeira namorada, dos seguranças…Todos quiseram relatar alguma relação com Elvis.

Foto: Mari Patriota

HB – Quais aspectos da personalidade de Elvis você acha mais desafiadores de representar?

LL – Acho que os momentos de explosão e desequilíbrio. Existem poucos registros disso em vídeo ou áudio, mas conseguimos encontrar muitos relatos sobre. Falava-se muito que ele era uma cara muito educado e cortês, mas quando explodia podia ser monstruoso e quase sempre essas explosões vinham seguidas de um pedido de desculpas e um presente bem generoso, como um Cadillac luxuoso por exemplo. Ele tinha traços bem claros de uma personalidade narcisista.

HB – Como você está abordando a recriação dos movimentos e da presença de palco de Elvis, que eram tão marcantes?

LL – Tenho focado em vibrar com a música que era o que ele nitidamente fazia, mas com estudo de mimese e partitura de movimentos bem reconhecíveis dele.

HBB – Como foi conhecer Graceland? A icônica residência que Elvis viveu.

LL – Conhecer Graceland, visitar a casa onde Elvis viveu momentos de alegria e frustração, onde faleceu e está enterrado ao lado de sua família, me mostrou a força desse gigante, me deu a dimensão da oportunidade e o desafio que a vida está me dando. Rezei em seu túmulo e pedi permissão para poder doar um pouco de mim para cantar e contar sua história para o público brasileiro e seus fãs.

Foto: Mari Patriota

HB – Existe alguma música ou performance específica de Elvis que você acha particularmente importante para entender o personagem?

LL – Acho que o especial de TV de 1968, na NBC , foi um grande marco. O diretor Steve Binder foi genial ao intercalar momentos superproduzidos e ensaios que eles faziam de madrugada na “casa” montada para Elvis dentro dos estúdios da NBC e no palco (criando assim o formato “Acústico MTV”, risos). Esse especial traz momentos de Elvis como ele era, às vezes tímido, inseguro, mas sempre com um charme e voz inigualáveis!

HB – Como você planeja transmitir a complexidade e as diferentes facetas da vida de Elvis para o público?

LL – A montagem do espetáculo já ajuda nisso. São muitos recortes de vários momentos diferentes. E Miguel interferiu no original da Broadway de maneira muito certeira, transformando tudo em uma grande viagem de lembranças e bad trips na cabeça do Elvis.