
Marina Bitu, Catarina Mina e rendeiras de filé de Jaguaribe se unem para exaltar a moda nacional – Foto: Divulgação
Marina Bitu e Catarina Mina se uniram às rendeiras de filé de Jaguaribe para destacar a riqueza cultural e o talento dos artesãos locais em uma coleção que exalta toda a beleza da moda nacional. Jaguaribe, município do Ceará, é conhecido pela renda de filé, uma técnica tradicional e essencial para muitas famílias da região. Como diz o ditado popular: “quando a rede não traz o peixe, a renda bota o peixe na mesa”.
O nome filé vem do francês “filet”, que significa rede. A construção da rede é a primeira etapa desse trabalho, exigindo paciência e atenção. Apenas uma pessoa tece a rede, semelhante a uma rede de pesca, garantindo que as laçadas sejam todas iguais. Nem todos que trabalham com filé dominam essa etapa inicial, que muitas vezes é mais demorada do que a própria confecção da renda. Após a rede estar pronta, ela é esticada em uma grade de madeira, que funciona como um bastidor, e precisa ter as dimensões exatas da peça final. Então, começa o trabalho minucioso: mãos, agulha e linhas preenchem cada pequeno quadrado da rede com pontos básicos ou inventados por cada artesão.
“O projeto Travessias me trouxe a oportunidade de trabalhar pela primeira vez com a renda filé. Foi uma experiência que me proporcionou aprendizado e um maior aprofundamento sobre as possibilidades e limitações da técnica. Em minhas criações, busquei desafiar os signos e elementos comuns ao filé, de modo a estimular os artesãos na criação de novos visuais para a tipologia. O resultado são peças que contam a história deles e um pouco da minha”, conta Marina Bitu, natural do Ceará, com sobrenome de origem no sertão do Cariri cearense.
O resultado são peças que atravessam o tempo, representam a cultura local e convidam a uma valorização profunda da moda do nosso país.