Genialidade de berço
Max Alexander, de oito anos, já tem metade da vida dedicada ao universo fashion. Defensor de que a moda exista para as pessoas se sintam bonitas, o menino é admirado por celebs e estilistas importantes
Aos quatro anos, no auge do lockdown provocado pela pandemia do covid-19, Max Alexander anunciou para a família durante o jantar: “preciso de um manequim, sou estilista”. A mãe, a artista plástica Sherri Madison, ficou surpresa com a seriedade do pedido e criou um manequim de papelão, pontapé inicial para a carreira do menino, que completou oito anos em fevereiro deste ano.
Em entrevista para a Harper’s Bazaar Kids, direto do seu ateliê, no sótão da casa onde mora, na Califórnia, Max mostrou a parte de cima de um vestido que havia criado durante a manhã. A peça, em tecido amarelo-ouro com arabescos em branco, será para a mãe, que o acompanhou durante a conversa. “Adoro dourado”, explicou Max, enquanto comia um cachorro-quente. O estilista, que também é fã da cor vinho, já costurou outros looks e não hesita em apontar o seu favorito. “O vestido que fiz quando fui indicado ao Streamy Award de Moda é o que mais gosto. Minha mãe estava fascinante nele, e o tecido era o máximo graças ao brilho do glitter. Havia glitter em tudo”, lembra.
Cheio de energia, o pequeno criativo pulou e brincou durante todo o bate-papo, sacudindo uma das suas primeiras invenções: uma estola acolchoada de couro preto. Com mais de 2,5 milhões de seguidores no perfil do Instagram, e convites para participar de eventos importantes do calendário da moda mundial, a prioridade de Max ainda é a escola, onde aponta duas disciplinas como sendo as suas favoritas, Artes e Ciências. Uma prova, por exemplo, foi o motivo para ele declinar de fazer check-in na Paris Fashion Week. Mas, há chances de que ele compareça a um importante evento de moda ainda em 2024. “Provavelmente estarei na Fashion Week de Nova York, em setembro. Ainda não decidi onde será a minha próxima apresentação, mas vou avisar pela minha conta do Instagram”, afirma.
Fã declarado de Pamella Roland, Christian Siriano, Ken Downing, Wes Gordon, Isaac Mizrahi e Bob Mackie, Max não esconde de ninguém a sua admiração pelo italiano Guccio Gucci, que fundou, na década de 1920, a casa que carrega o seu sobrenome. “Amo as bolsas e os sapatos da marca. E eu sou o Gucci”, endossa ele, que acredita ser a reencarnação do modelista.
Apesar de costurar e produzir serem as atividades prediletas de Max, a mãe explica que cuida para que haja equilíbrio na agenda do garoto. “Durante a semana, ele passa no máximo quinze minutos por dia no ateliê. Sábado e domingo ele fica mais tempo por aqui”, conta Sherri. Os momentos de lazer incluem tocar piano, fazer artesanato, jogar Minecraft e pickleball – mistura de tênis com pingue-pongue –, cozinhar e brincar com os amigos.
O talento precoce do jovenzinho (ele não gosta de ser chamado de “criança”), tem despertado a atenção de gente como a atriz Sharon Stone, que já encomendou uma jaqueta da grife. “Mas eu faço moda para todos, não apenas para celebridades. Cobro apenas dos adultos, nunca das crianças. Elas não têm dinheiro, entretanto também precisam se sentir bem.” O dinheiro recebido é bem administrado pelos familiares, zelosos pelo futuro do prodígio. Além de comprar insumos para as intrépidas construções fashion, Max faz questão de destinar parte dos seus rendimentos para as doações. Certamente, no que depender dele, o amanhã promete uma moda mais gentil e solidária. @couture.to.the.max