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Dando continuidade ao mês mais animado para os cinéfilos brasileiros, começa nesta quarta-feira (16.10) a 48ª edição da Mostra de Cinema de São Paulo. Os números impressionam: o evento exibe este ano 417 filmes vindos de 82 países. A seleção abre com a exibição de Maria Callas, do chileno Pablo Larraín, na Sala São Paulo. A arte do cartaz da Mostra este ano é assinada pelo cineasta indiano Satyajit Ray, que também ganha uma retrospectiva nesta edição. A Mostra apresenta ainda um Foco Índia, com 30 longa-metragens contemporâneos vindos daquele país. Leia, abaixo, uma lista com dez títulos imperdíveis durante a maratona cinéfila:
Maria Callas é a terceira e última parte da trilogia do chileno Pablo Larraín dedicada a mulheres icônicas. Os outros foram Spencer, sobre Lady Di, e Jackie, sobre Jackeline Kennedy. Quem interpreta a diva da ópera dessa vez é Angelina Jolie, que recebeu muitos elogios por sua performance quando o filme estreou no Festival de Veneza. A célebre soprano greco-americana, que faleceu em Paris em 1977, teria completado 100 anos em 2023.
Ainda estou aqui, o novo filme de Walter Salles, baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, teve sua estreia mundial no último Festival de Veneza, quando ganhou o prêmio de melhor roteiro para Murilo Hauser e Heitor Lorega. A obra conta a história de Eunice Paiva, a mãe do escritor, que tem que lidar com o desaparecimento de seu marido durante a ditadura militar. O nome de Fernanda Torres está nas listas de possíveis indicadas ao Oscar 2025. Fernanda Montenegro faz Eunice quando idosa.

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O Senhor dos Mortos, o novo filme do canadense David Cronenberg, foi exibido na competição em Cannes, e traz Vincent Cassel como um viúvo que acompanha a decomposição do corpo de sua esposa, através de um aplicativo inovador. O longa traz ainda no elenco Diane Kruger e Guy Pearce. É uma boa pedida para os fãs de A Substância, afinal, Cronenberg é o pai do chamado body horror.
Também de Cannes, vem Anora, de Sean Baker (de The Florida Project e Red Rocket), o vencedor da Palma de Ouro. Ele conta a história de uma stripper que se envolve com um garoto russo mimado, herdeiro de uma família disfuncional. A atuação de Mikey Madison é sensacional e o nome da atriz também já está sendo cotado para a seleta lista das possíveis indicadas ao Oscar. É um filme que vem para desmistificar o trabalho das profissionais do sexo.

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O Brutalista, dirigido pelo também ator Brady Corbet, estreou no Festival de Veneza, onde ganhou o Leão de Prata de Melhor Direção. É a história do visionário arquiteto Laszlo Toth (Adrien Brody) e de sua esposa Erzsébet (Felicity Jones), em 1947, na Europa do pós-guerra. Com duração de 3h35 minutos (com um intervalo nas sessões), ainda traz no elenco Guy Pearce e Isaach de Bankolé.
Através do Fluxo é o segundo dirigido esse ano pelo produtivo diretor sul-coreano Hong Sang Soo. Estreou no Festival de Locarno, e a atriz Kim Min-Hee ganhou o prêmio de interpretação. Os filmes de do diretor tratam, geralmente, sobre sentimentos humanos, e são recheados de shochu, a famosa bebida alcoólica coreana.

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Para quem gosta de documentários, uma boa pedida é Jean Cocteau da diretora Lisa Immordino Vreeland, a mesma de Truman & Tennessee e Diana Vreeland: The Eye Has to Travel. Dessa vez, Lisa volta seu olhar sofisticado para o multi artista francês, uma das principais figuras queer do século 20. A narração em primeira pessoa é do ator Josh O’Connor, de Rivais.
Dahomey, da diretora francesa de origem senegalesa Mati Diop (a mesma de Atlantics), venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim. É um documentário, de apenas 68 minutos, sobre a decisão do governo francês em devolver 26 peças para o reino de Dahomey, atual Benin.
Malês é a volta à direção após mais de 40 anos do ator Antonio Pitanga. Traz no elenco os filhos do diretor, Camila e Rocco Pitanga, além da atriz Patrícia Pillar. Acaba de estrear no Festival do Rio e, agora, chega a São Paulo.

Foto: Jorge Caymmi/Divulgação
3 Obás de Xangô é um documentário dirigido pelo cineasta baiano Sérgio Machado. Nele, retrata a amizade incondicional entre Jorge Amado, Dorival Caymmi e Carybé, os maiores responsáveis pela criação de um imaginário de baianidade que persiste até hoje. Os três defendiam que a força de suas obras residia em documentar o que viam nas ruas: a resiliência do povo do candomblé, o poder das mulheres e a onipresença do mar… Obrigatório para quem quer entender de onde vem a tal baianidade nagô.
Serviço
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
De 17 a 30 de outubro, em diferentes salas de cinema
Informações pelo site: 48.mostra.org