Gabz usa corset Madame Sher, blazer Balmain, calça Dod Alfaiataria, luvas Minha Avó Tinha – Foto: Fotos: Marina Zabenzi; Styling: Caroline Costa; Direção criativa: Kleber Matheus; Intervenção gráfica: Romeu Silveira; Beleza: Quezia Lino; Hair: Lu Safro; Direção de arte: Alexandre Montanher; Retoque: Philipe Mortosa; Coordenação: Mariana Simon / KM Studio; Produção executiva: Zuca Hub; Produtores responsáveis: Caio Nogueira e Anna Guirro; Produção de moda e assistentes de styling: Joanna Santana e Maria Antônia Miranda; Assistente de foto: Gael Oliveira; Set design: Roberth Augusto; Assistente de produção: Marcelo Buckhoy

Enquanto o X da questão é uma incógnita na matemática, o Z é um conjunto de números inteiros, assim como ela. Gabrielly Nunes, ou apenas Gabz, com z, é uma equação de múltiplas artes e vem se consolidando em todas elas: na música, no cinema e, agora, nas telinhas, onde dá vida à protagonista Viola, em Mania de Você. Aos 25 anos, a atriz relembra a vida nos sets de filmagem ainda na infância, aos 6, quando deu seu start no mundo artístico.

“Eu tenho muitas memórias boas, porque, quando você é criança, você vê tudo como uma brincadeira de fazer realidade. Ia para o set fazer o que gostava, sem ideia do que era pressão, era uma grande realização de sonhos”, conta em papo com Bazaar, em mais um dia de agenda apertada no trânsito do Rio, a caminho das gravações. “Mas eu também conseguia observar o esforço coletivo, pois não era uma logística fácil para uma família de Irajá, na Zona Norte do Rio, me dar acesso a todas essas coisas. Meus pais sempre me blindaram com criatividade e arte diante das dificuldades”, completa.

A atual fase chega para coroar um trabalho de anos, e também a apresentou a um público maior, onde a pressão, naturalmente, não deixa de ser sentida, ainda mais com uma personagem complexa. Ao refletir o que ambas compartilham, a resposta é rápida: “A garra. Acho que essa é uma característica que a Viola tem, que eu tenho e que a maioria das mulheres brasileiras têm e precisam ter, né? A capacidade de sempre se reinventar, essa linha tênue entre sensibilidade e força em que somos colocadas o tempo todo.” Embora essa não seja sua primeira novela, Gabz, dessa vez, sente de forma diferente a importância de ocupar um espaço que se torna também palco de representatividade, mudança e de pautas que muitas vezes norteiam discussões.

Gabz usa vestido Samuel Cirnansck, corset Madame Sher, bracelete Cartier – Fotos: Marina Zabenzi; Styling: Caroline Costa; Direção criativa: Kleber Matheus; Intervenção gráfica: Romeu Silveira; Beleza: Quezia Lino; Hair: Lu Safro; Direção de arte: Alexandre Montanher; Retoque: Philipe Mortosa; Coordenação: Mariana Simon / KM Studio; Produção executiva: Zuca Hub; Produtores responsáveis: Caio Nogueira e Anna Guirro; Produção de moda e assistentes de styling: Joanna Santana e Maria Antônia Miranda; Assistente de foto: Gael Oliveira; Set design: Roberth Augusto; Assistente de produção: Marcelo Buckhoy

“Fazer tudo isso como parte de uma geração que propõe novos corpos e assuntos é desafiador. Mas a arte sempre foi o lugar que me salvava e continua sendo. É estar em um lugar muito próximo do público, em um País de dimensões continentais e isso é um convite para refletir a imensidão da arte”, reflete. Grande parte da resiliência para lidar com esses desafios vem de sua outra grande paixão, a música. “O hip-hop me ajudou muito nisso. Ele surgiu na minha vida como um resgate de humanidade”, conta, relembrando a primeira vez que ouviu “Da Ponte Pra Cá”, do grupo Racionais MC’s. “Ali, eu não entendi só o que era ser artista, mas o que era ser gente. E acho que o ponto de partida para ser artista é entender-se como ser humano no mundo, é o primeiro passo para conseguir transpor a sua arte”.

As raízes de um movimento tão multifacetado se refletem ainda como sua maior influência na arte, em sintonia com uma geração que recusa rótulos. Afinal, por que se limitar a ser uma coisa só, quando se pode ser tantas outras? “Foi como um redescobrimento do mundo a partir de todas as formas de expressão, e eu sou muito aberta a isso. Costumo dizer que meu maior talento é ser ‘cara de pau’, porque sempre fui corajosa para me expressar artisticamente”, brinca.

Entre batalhas de slam, palcos, telinhas e telonas, o ritmo – da música, e da vida – só acelerou. “Há uma pressão pessoal, um medo. Às vezes tenho receio de não conseguir honrar o quanto isso tudo é grandioso para mim – o quanto a poesia de rua e essa arte são grandiosas”, reflete. Na apertada agenda deste ano, ainda sobrou um espaço para o lançamento do seu último single, “Tudo Sobre o Amor”, em parceria com Rodd e Medeirin. Mas, em 2025, devemos voltar a ouvir um pouco mais da sua voz. “Quero seguir atuando, mas também quero reservar um bom tempo para a música. Acho que esse é o foco para o próximo ano.”

Gabz – Foto: Fotos: Marina Zabenzi; Styling: Caroline Costa; Direção criativa: Kleber Matheus; Intervenção gráfica: Romeu Silveira; Beleza: Quezia Lino; Hair: Lu Safro; Direção de arte: Alexandre Montanher; Retoque: Philipe Mortosa; Coordenação: Mariana Simon / KM Studio; Produção executiva: Zuca Hub; Produtores responsáveis: Caio Nogueira e Anna Guirro; Produção de moda e assistentes de styling: Joanna Santana e Maria Antônia Miranda; Assistente de foto: Gael Oliveira; Set design: Roberth Augusto; Assistente de produção: Marcelo Buckhoy