Any Gabrielly: “O arco da Moana me faz sentir menos ‘louca’ em relação às minhas decisões”

Any Gabrielly retorna como a voz de Moana na aguardada sequência da animação lançada em 2016 pela Disney. Além de dublar a protagonista, a cantora brasileira interpreta todas as músicas do filme, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (28/11). Moana 2 acompanha a nova jornada da jovem moradora da ilha polinésia de Motunui e Maui pela Oceania, desbravando águas perigosas após um chamado ancestral. “O arco da Moana me faz sentir menos “louca” em relação às decisões que tomo para mim mesma. Moana é uma personagem que vai mesmo, sem medo”, resume.

No papo a seguir, Any reflete sobre a evolução de Moana no novo filme, como os desafios da personagem se espelham em suas próprias experiências e conta como foi soltar a voz nas novas músicas do longa. Entre as faixas da trilha sonora oficial, Além ganhou um clipe protagonizado por Any, que embala os créditos finais do longa. Ela ainda compartilha momentos emocionantes da trama e adianta que novas músicas de sua carreira solo chegam no ano que vem com um “grande projeto”. Leia a íntegra:

Harper’s Bazaar: Como foi voltar a interpretar Moana? Os conflitos da Any Gabrielly e da Moana se entrelaçam de alguma forma nessa trama?

Any Gabrielly: Acho que sim, sabe? Inclusive, o arco da Moana me faz sentir menos “louca” em relação às decisões que tomo para mim mesma. Moana é uma personagem que vai mesmo, sem medo… ou talvez com medo, mas ela encara. Nesse filme, você vê um pouco mais da vulnerabilidade dela. No primeiro, havia uma certa inocência, por ela ser mais jovem e ainda não ter lidado com as responsabilidades de ser a chefe da vila. Ela estava naquela fase de “quero mais, posso mais”, e essa inocência a empurrava para frente. Mas agora, com a maturidade, ela entende o peso da liderança, a responsabilidade com os outros. Apesar disso, ela continua indo, acreditando em si mesma, e é isso que me conecta tanto a ela. Assim como Moana, eu também sigo em frente, mesmo sabendo dos desafios.

HB: Você mencionou sair da vila no caso da Moana. No seu caso, foi a mudança para Los Angeles. Você vê uma conexão entre essas jornadas?

AG: Totalmente. Quando você vai para um lugar novo, onde não conhece ninguém, pode até não esquecer quem era, mas consegue moldar uma nova versão de si mesmo. Grandes desafios nos moldam, e para mim, o maior desafio foi ir para Los Angeles e tentar algo novo. Já conquistei coisas incríveis, mas os desafios são imensos. Às vezes, as pessoas questionam: “Você tem certeza? É loucura!”, mas, assim como Moana, eu acredito no que esses desafios podem proporcionar. As recompensas são incríveis, e sinto prazer em me desafiar. Espero que o filme inspire outras pessoas a também acreditarem, mesmo quando tudo parece difícil.

HB: O primeiro filme de Moana tem músicas icônicas, como “Saber Quem Sou”. Como foi interpretar novas canções para este filme?

AG: As faixas são de novos compositores, o que traz uma construção diferente, igualmente linda. Há uma influência teatral que eu amo. É um filme novo, com outros personagens e um enredo que se passa três anos depois do primeiro. Muita coisa mudou, mas a essência continua a mesma. Acho que os fãs do primeiro filme vão amar os callbacks e as piadinhas que remetem ao original, mas também vão se surpreender com a nova aventura.

HB: Você sente alguma diferença ao cantar essas novas músicas?

AG: As músicas são mais desafiadoras e grandiosas, o que reflete a maturidade da Moana. Minha voz também mudou, é claro, já que eu tinha 13 anos quando gravei o primeiro filme. Mas não preciso voltar àquele timbre infantil. Minha voz agora é mais técnica, mais madura, e isso me permite explorar novas possibilidades na interpretação da personagem.

HB: Você mencionou um momento marcante do filme envolvendo a mãe da Moana. Pode contar mais sobre isso?

AG: Sim, é um momento lindo. A mãe dela diz algo como: “Há coisas na vida para as quais nunca nos sentimos prontos”. Isso me tocou muito, porque é verdade. A vida é cheia de responsabilidades grandiosas para as quais nunca nos sentimos completamente preparados. Essa cena, em particular, reflete bem o amadurecimento da Moana e a vulnerabilidade que ela demonstra ao embarcar em uma nova aventura.

HB: Falando em projetos pessoais, quando podemos esperar novas músicas suas?

AG: Muito em breve! Postei teasers de faixas em outubro. Um projeto maior deve sair no próximo ano.