Gianfranco Ferré, lendário estilista da Dior, é tema de exposição inédita

Gianfranco Ferré (1944 – 2007), o italiano que dirigiu a maison Dior entre 1989 e 1996 – e criou a icônica bolsa Lady Dior – é tema de uma nova mostra fotográfica no museu Forte di Bard, na Itália. Ilustrador celebrado e apelidado de “arquiteto da moda”, Ferré começou a carreira ainda no início da década de 1970, ganhando fama por seu estilo “elegante e descontraído” e por sua aversão a tendências.

Sucesso com sua marca homônima, foi o eleito de Bernard Arnault para assumir a direção criativa da Dior, seguindo a saída de Marc Bohan depois de quase três décadas. Na casa parisiense, instituiu uma era de cores e teatralidade, inspirada por sua relação íntima com a Índia. Pelos amigos, era descrito como “um lorde elizabetano em uma ópera de Verdi”.

Levado pela paixão por arquitetura (área em que se formou na universidade), Ferré resgatou as silhuetas clássicas e estruturadas criadas por Christian Dior na década de 1950, em um trabalho de resgate histórico que pode ser comparado ao de Karl Lagerfeld na Chanel. Na maison, sua principal criação foi a bolsa Chouchou, criada em 1994 e renomeada para Lady Dior em homenagem à princesa Diana, que popularizou o acessório.

Discreto na vida pessoal e profissional, o estilo introspectivo de Ferré foi motivo de sua saída da marca, depois de sete anos no comando. Em um momento em que a moda fervilhava com as personalidades agitadas de Tom Ford, na Gucci, e John Galliano, na Givenchy. Esse último se tornou seu sucessor na Dior.

Depois da partida, o estilista continuou a criar para a sua marca homônima, na Itália, mas vendeu 90% da empresa para um grupo de investidores em 2000. Sete anos mais tarde, em 2007, Ferré foi nomeado presidente da Academia de Belas Artes de Brera, em Milão, mas faleceu de hemorragia cerebral poucos meses depois, em junho, aos 52 anos.

Com um legado profundo na história da moda, a nova exposição “Gianfranco Ferré – dentro l’obbietivo” celebra seu trabalho em seis salas com 90 imagens inéditas, clicadas por fotógrafos como Gian Paolo Barbieri, Guy Bourdin, Michel Comte, Patrick Demarchelier, Peter Lindbergh, Steven Meisel, Bettina Rheims, Helmut Newton, Guillaume de Laubier e Herb Ritts. Em cartaz no Forte di Bard, no Valle d’Aosta, Itália, a mostra fica aberta ao público de 6 de dezembro de 2024 a 9 de março de 2025.