
Aaron Pierre faz a voz de Mufasa, o protagonista do prequel de “O Rei Leão” (Foto: Frank Ishman)
Após 30 anos do lançamento original, O Rei Leão ganha um prequel (filme que antecede a trama original) com a chegada de Mufasa: The Lion King aos cinemas mundiais nesta quinta-feira (19.12). Nas dublagens em inglês, Blue Ivy Carter narra a personagem Kiara, sua mãe, Beyoncé, revive Nala, enquanto Donald Glover empresta sua voz a Simba. No Brasil, Icaro Silva e Iza fazem as vozes dos jovens leões na nova saga. Dois atores com carreira em ascensão dão vida aos protagonistas Mufasa, com voz de Aaron Pierre, e Taka, conhecido posteriormente como Scar, vivido por Kelvin Harrison Jr., na produção dirigida por Barry Jenkins – conhecido Moonlight: Sob a Luz do Luar, de 2016.
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O intérprete de Mufasa explica o que o motivou a topar viver o rei na nova história: “Não havia nenhum universo paralelo onde eu diria qualquer coisa além de ‘sim’ para contribuir com o legado dessa história e desse personagem. É um projeto profundamente significativo para mim”, diz ele, cujo nascimento aconteceu no ano de lançamento do filme. “Amo histórias de pessoas em processo, tentando encontrar quem são. Explorar Scar nesse momento da vida dele foi fascinante”, comenta Harrison Jr. ao celebrar o trabalho ao lado de Pierre: “grande incentivo”.

Kelvin Harrison Jr. interpreta Taka, que ficou conhecido como Scar (Foto: Frank Ishman)
No roteiro, Mufasa e Scar são irmãos cujas histórias ganham novas camadas. Antes de se tornarem rei e rival, respectivamente, os dois leões compartilham uma infância marcada por laços fraternais e desafios que moldam seus destinos. Enquanto Mufasa supera uma tragédia para encontrar sua força e liderança, Scar luta com questões de identidade e o peso de ser herdeiro na linhagem real. BAZAAR Man teve um encontro virtual separadamente com os protagonistas, e traz, abaixo, um apanhado com perguntas e respostas sobre a produção:
Harper’s Bazaar: Vocês têm alguma relação com os personagens? Qual era a relação de vocês com o original antes de serem escalados?
Aaron Pierre (AP): O Rei Leão original foi lançado em 1994, o ano em que nasci. Acho que a primeira vez que assisti foi quando tinha 2 ou 3 anos. Eu me lembro de como era divertido assistir no videocassete, rebobinando a fita várias vezes. Tenho memórias muito bonitas dessa época.
Kelvin Harrison Jr. (KH): Cresci em uma casa muito ligada à Disney. Provavelmente estava em casa, na [região de] East Bank de Nova Orleans, assistindo ao filme no VHS com minha família. Sempre amei o filme. Ele tem um lugar muito especial no meu coração.
HB: Quais temas do filme fizeram vocês dizerem “sim” ao papel?
AP: Não havia nenhum universo paralelo onde eu diria qualquer coisa além de “sim” para contribuir com o legado dessa história e desse personagem. Trabalhar nesse projeto desde 2021 tem sido uma experiência incrível e profundamente significativa.
KH: Explorar Scar como alguém em processo, tentando entender quem é, foi fascinante. Além disso, trabalhar com Aaron Pierre e Barry Jenkins foi um grande incentivo. Mas, honestamente, não importa quem estivesse envolvido, eu jamais diria “não” a O Rei Leão.
HB: Qual é a música favorita do filme?
AP: Eu sinto que Be Prepared é uma das melhores músicas da Disney de todos os tempos. Ela tem um papel e propósito em que cada elemento funciona em harmonia. Também amo a trilha sonora da cena dos gnus correndo pelo desfiladeiro – é incrível e emocionante.
KH: Algumas músicas são tão marcantes que ainda as canto até hoje. Tenho certeza de que elas vão emocionar o público. Gravar essas canções foi uma experiência incrível.
HB: Como foi trazer algo pessoal para o personagem?
AP: Honestamente, amo Mufasa e Scar. Amo a exploração que a história proporciona para ambos os personagens – quem eles são, por que são assim e como chegaram a esse ponto. Não me comparo a nenhum dos dois leões. Estou na minha própria jornada, um passo de cada vez.
KH: Em minha audição, trouxe minha própria interpretação de Scar, inspirada na atuação original de Jeremy Irons. Barry Jenkins foi muito encorajador e nos deu liberdade para explorar novas nuances enquanto mantínhamos elementos familiares do personagem.

Foto: Divulgação
HB: Você e Aaron chegaram a gravar juntos?
KH: Nunca estivemos no estúdio juntos. Fizemos algumas sessões por Zoom e, nas últimas gravações, gravei sozinho. Foi uma experiência interessante trabalhar dessa forma, mas também desafiadora.
HB: O jovem Scar tem características que evocam a “estranheza” vista no personagem adulto?
KH: Acho que sim. Minha interpretação tentou capturar essa qualidade de “estranho” que Scar sempre teve. Minha linha favorita no original é quando Simba diz: “Tío Scar, você é tão estranho”, e ele responde: “Ah, você não faz ideia”. Isso foi algo que quis explorar – o que Scar sabia que nós não sabíamos.
HB: Vocês já estiveram no Brasil ou tem alguma conexão com o país?
AP: Nunca estive no Brasil, mas adoraria visitar. Sou praticante de Jiu-Jitsu Brasileiro e espero um dia treinar na academia do meu professor no Brasil por uma ou duas semanas.
KH: Nunca, mas minha mãe já esteve lá e sempre conta histórias incríveis. Espero que em breve possamos visitar o país.
HB: Em entrevistas anteriores, Kelvin, você mencionou que chorou ao ler o roteiro. O que em Scar fez você se identificar tanto?
KH: Eu amo pessoas e torço por aquelas que estão tentando se encontrar. Acho fascinante como as circunstâncias podem nos direcionar por diferentes caminhos e como nossas escolhas definem quem somos. Essa perspectiva ressoou muito comigo, especialmente ao explorar como Scar e Mufasa chegaram a ser quem são.
HB: Você tem algum ritual para entrar ou sair dos personagens? Ou algum souvenir especial que levaram do set?
KH: Gostaria de ter levado algo, mas não tivemos a oportunidade. Filmamos em muitos lugares diferentes: Praga, Austrália, Hong Kong, Vancouver, Londres e Atlanta. Foi literalmente um filme itinerante. Esse aspecto nômade tornou tudo ainda mais único.

Barry Jenkins é o diretor do live-action da famosa franquia da Disney (Foto: Divulgação)