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Neste domingo, 22 de junho, a Avenida Paulista será ocupada por milhares de pessoas na 29ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo. O evento, que terá 17 trios elétricos e apresentações de artistas como Pedro Sampaio, Pepita e Banda , é hoje uma das maiores manifestações populares do mundo. Mas começou com outro tamanho, e com outro tom.

A origem está a milhares de quilômetros, em Nova York, em 1969. Após anos de perseguição policial, um grupo de frequentadores do bar Stonewall Inn reagiu a mais uma batida violenta da polícia. Durante três dias, travestis, gays, lésbicas e pessoas trans enfrentaram as forças de segurança nas ruas do bairro de Greenwich Village. A revolta de Stonewall deu início ao movimento moderno de luta pelos direitos LGBTQIAPN+ e inspirou as primeiras marchas do orgulho nos Estados Unidos e, depois, em vários países.

No Brasil, a primeira Parada do Orgulho LGBT de São Paulo aconteceu em 1997, reunindo pouco mais de duas mil pessoas na Paulista. A mobilização foi articulada por ativistas em um momento em que a pauta LGBT ainda era pouco discutida nos espaços políticos e institucionais. Desde então, a parada cresceu — em número, em estrutura e em visibilidade —, mas manteve o mesmo princípio: ocupar as ruas com presença e reivindicação.

 

Envelhecer LGBT+

A cada edição, a escolha do tema aponta para debates urgentes. Neste ano, o foco está no envelhecimento da população LGBT+. O lema “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro” propõe uma reflexão sobre o que significa chegar à terceira idade sendo parte dessa comunidade. Além do etarismo, muitas pessoas enfrentam a solidão, o retorno ao armário, a exclusão de serviços de saúde e a ausência de políticas públicas específicas.

A iniciativa é da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP), que busca, com o tema de 2025, reconhecer o papel das gerações anteriores e chamar atenção para as condições de vida das pessoas LGBT+ idosas no país. Segundo os organizadores, o objetivo é reafirmar que o futuro da comunidade depende da preservação da memória e da valorização de quem esteve nas lutas anteriores.

O Brasil ainda é um dos países que mais mata pessoas LGBTQIAPN+ no mundo. Só em 2024, o número de mortes violentas cresceu 13,2% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Observatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga organização não governamental da causa na América Latina. Mesmo com conquistas importantes, o risco continua alto — e, por isso, eventos como a Parada seguem sendo necessários.

No domingo, quem estiver na Paulista estará ali não só para celebrar, mas também para lembrar. E para reforçar que envelhecer com dignidade também é um direito que precisa ser garantido.

📍 Serviço
🗓️ Quando: 22 de junho, a partir das 10h
📌 Onde: Avenida Paulista (lado ímpar) — entrada pelas ruas Haddock Lobo e Bela Cintra