O verão em que a Dolce & Gabbana vestiu pijamas

“Magnifico! Magnifico!” — era o que se ouvia, em coro espontâneo, durante o desfile da Dolce & Gabbana. A cada entrada, uma nova rodada de aplausos confirmava o encantamento coletivo diante de uma coleção onde o pijama assumiu, sem timidez, o papel principal — mas sem jamais sugerir sono.

Logo na abertura, uma surpresa sutil: em vez do maximalismo costumeiro, a maison italiana apostou em tons claros, quase etéreos, flertando com o minimalismo. Mas o devaneio inicial logo deu lugar a um retorno glorioso aos códigos da casa, com os inconfundíveis casacos de estampa de onça adicionando peso — e paixão — aos visuais fluidos e confortáveis.

O verão em que a Dolce & Gabbana vestiu pijamas

Pijamismo

Mesmo os couros e as alfaiatarias surgiram suavizados, como se embalados pelo espírito leve do “pijamismo” proposto. Nada ali era rígido. As peças se moviam com graça, num contraste direto com o calor de quase 40 graus em Milão — na passarela, o clima era outro: leve, fresco, quase onírico.

Ao fim, brilhos e pedras cravadas trouxeram a exuberância esperada, com pijamas elevados à categoria de joia. Nos pés, o conforto ganhava um toque de irreverência: algumas silhuetas foram arrematadas com Havaianas de pelo fake, criadas especialmente para o desfile.

E, no melhor estilo “acordei e estou usando um pijama de muitos mil euros”, tudo estava deliciosamente amassado. O ferro de passar, ao que tudo indica, foi oficialmente aposentado — pelo menos no verão 2026 da Dolce & Gabbana.

O verão em que a Dolce & Gabbana vestiu pijamas