
O casamento de Brian e Gui | Foto: Bixa Analógica
Na contramão da era digital, a exposição “Analógicas: Eternizar o Orgulho” aposta na fotografia com filme como linguagem para narrar histórias reais de amor e orgulho LGBTQIA+. Em cartaz até 13 de julho na Fundação Ecarta, em Porto Alegre, a mostra traz registros afetivos capturados por Erikson Veríssimo e Alexandre do Carmo, casal de artistas e idealizadores do projeto Bixa Analógica, que há cinco anos documenta com sensibilidade casamentos por todo o Brasil.
A seção dedicada aos casamentos LGBTQIA+ chama atenção pela intensidade emocional e autenticidade das imagens. São beijos sob o véu, mãos entrelaçadas, olhares cúmplices — todos eternizados com a textura orgânica do filme analógico, cujos negativos acompanham as obras como provas materiais de existência. Para além da estética, a dupla transforma cada clique em ato político, ao oferecer visibilidade e dignidade a amores historicamente marginalizados.
O projeto teve início com o casamento do influenciador Brian Baldrati e Gui, e percorreu estados como Alagoas, Goiás, Paraná e São Paulo. As imagens expostas evocam a atmosfera íntima desses eventos: a leveza de sorrisos espontâneos, a delicadeza nos detalhes e a potência de corpos que celebram o amor sem concessões. Tudo isso sem filtros, sem edição digital, com o cuidado de quem vê na fotografia uma forma de resistência e permanência.
“Fotografar é uma demonstração de amor”, diz Erikson. E é exatamente isso que a mostra entrega: amor em estado bruto, sincero e analógico. Para noivas e noivos que buscam registrar o próprio casamento de forma autêntica, a exposição é também inspiração e convite para sonhar com novos rituais, mais diversos, sensíveis e verdadeiros.