Foto: Ale Bigliazzi

Um dos nomes à frente da marca Estilé, Victoria Beukers disse sim a Alexandre  em dois tempos. A primeira celebração da união foi uma cerimônia religiosa na Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja, na qual usou o vestido de noiva de sua mãe customizado em menos de duas semanas. A segunda, uma cerimônia civil, aconteceu na casa da família em Paraty. Para esse momento, o vestido eleito foi um desenhado pensado por ela e executado por sua prima, Gabriela Beukers, à frente do ateliê que leva seu nome.
A escolha dos looks, inclusive, refletiu todo o conceito do casamento: uma experiência afetiva, repleta de história e personalidade. Abaixo, a noiva conta mais sobre o processo e compartilha fotos:

Conte sobre você e seu noivo. Como se conheceram? Como foi o pedido?

Nos conhecemos de uma forma casual e despretensiosa em um barco em Angra dos Reis, apresentados por amigos em comum, no feriado em fevereiro de 2021. Não houve nada previsível desde o primeiro instante. O pedido foi do jeito que eu sempre imaginei: simples, intimo e cheio de significado: Três anos depois, em um jantar intimista na minha casa, com nossos pais testemunhando tudo o Alexandre fez um discurso emocionante, daqueles que eternizam momentos, e se ajoelhou com o anel dos meus sonhos nas mãos – um Marquise cut. Foi um instante inesquecível, alinhado perfeitamente ao estilo íntimo e pessoal que valorizamos tanto.

Como foi o processo de organização? Você tinha algum conceito em mente?

Nunca me identifiquei com o padrão tradicional dos casamentos; na verdade, tinha resistência à indústria como um todo, achando-a sem charme e carregada de clichês e cafonices extremas. Até perceber que era possível fazer diferente: com alma e essência. Foram 10 meses de organização com um mergulho apaixonado na criação de uma estética única, onde o vintage dialogasse com elementos contemporâneos, criando um resultado autêntico e longe do caricato que eu tinha receio. Cada detalhe foi pensado para trazer memórias afetivas e destacar nossa história.

Quais foram os principais fornecedores?

Fotografia: Ale Bigliazzi, com seu olhar poético e atemporal.
Décor: Museu de Grandes Novidades, que compreendeu minha visão vintage-contemporânea com precisão impecável.
Assessoria: Jah! Eventos, perfeccionistas em cada pequeno detalhe.
Filme: Art Film!, especialistas em capturar emoções genuínas, e Mountain filmes.
Papelaria e site: Marina Camargo, ilustradora talentosa, responsável por transmitir nossa essência em cada convite e detalhe gráfico.

Qual o ponto alto do dia? O que acha que foram os maiores acertos?

Vestir o vestido de noiva usado pela minha mãe em 1991 foi um momento mágico. Não era apenas um vestido, era uma verdadeira peça de arte carregada de história familiar. Originalmente criado pelo estilista Demi Queiroz, com tecido Bucol de seda tingido no chá e trazido diretamente da França pelo meu avô, o vestido foi reformado em apenas duas semanas, após mais de 15 provas intensas. Respeitamos todo o bordado original feito à mão por Demi, cuidadosamente reposicionado na cauda. Para finalizar com um pouco de ousadia, usei sapatos de boneca cheios de brilho da Miu Miu, quebrando qualquer formalidade.

Qual foi o principal desafio durante essa jornada?

No religioso, sem dúvida, adaptar o vestido de noiva histórico em tão pouco tempo foi o maior. Minha ideia inicial era casar de terno e com o voilette creme como a minha avó usou no casamento da minha mãe mas a visão daquele vestido cuidadosamente guardado por 35 anos foi irresistível para uma designer com tanta inquietude. Quis trazer essa memória para o presente.

No casamento civil, que aconteceu na minha casa no Condomínio Laranjeiras, em Paraty, o grande desafio foi justamente fugir do óbvio, evitando formatos pré-estabelecidos e protocolados, e encontrar fornecedores que compreendessem essa visão que eu tinha na cabeça. Queríamos que cada detalhe, movimento e espaço da celebração carregasse nossa personalidade, criando não apenas uma festa, mas uma experiência afetiva em um lugar pessoal.