Foto: Vitor Jardim

“A ideia é simples: que as pessoas queiram usar o que também faz bem para o mundo”. É esse o mote da Beira Rio, que recebeu o selo diamante do Programa Origem Sustentável. Segundo Tiago Vicente, analista de marketing global da empresa, uma das líderes em produção e exportação de calçados, internacionalmente, a marca conquistou espaço relevante neste século com propósito na sustentabilidade. Bazaar conversa com Tiago e Rodrigo Argenta, VP do grupo.

harper’s bazaar: quais os principais desafios de uma marca certificada com selo sustentável?

rodrigo argenta: Alcançar este nível não é apenas um marco, mas a tradução da nossa cultura empresarial, em um processo iniciado em 2021. Assumimos um papel decisivo: apoiar ações, implementar diretrizes e impulsionar uma gestão estratégica e alinhada às práticas sustentáveis. É um modelo de negócio que alia escala e responsabilidade, indústria e consciência, mas não é o ponto final.

hb: desde 2016, a empresa não envia resíduos para aterros sanitários.

ra: Para nós, resíduo não é o fim, mas um recomeço. Na prática, mais de 240 toneladas de sobras da produção são reaproveitadas todos os meses. Delas, nasce o Ambiplast, um material inteligente que serve como base para palmilhas, cabides e displays nos pontos de venda. Em 2023, lançamos com exclusividade o Ecofavo, um material com base de papel kraft reciclado que pode ser moldado para criar itens mais estruturados.

tiago vicente: O projeto Ecofavo nasce do princípio de revolucionar o hoje com os resíduos de ontem. Mais do que um material sustentável, é o símbolo de uma mentalidade que transforma o que seria descartado em valor tangível, durável e com impacto positivo em toda a cadeia.

hb: a beira rio tem a meta de certificar 100% de seus fornecedores até 2025. como está esse processo?

ra: Estamos conduzindo-o com escuta ativa e orientação para mostrar o retorno estratégico desse reconhecimento, tanto para os negócios quanto para o planeta. Os desafios existem e vão de questões estruturais ao entendimento de que sustentabilidade não é um custo, mas um diferencial competitivo.