“Rose”, nova colaboração entre PatBO e Marô Antunes – Foto: Divulgação

A relação entre moda e decoração ganha novos contornos com o lançamento da quinta coleção colaborativa entre a PatBO e a ceramista Marô Antunes. Com estreia marcada para o dia 7 de agosto na flagship da marca, em São Paulo, a parceria reforça o compromisso de ambas as criadoras com o artesanal, o tempo do feito à mão e a beleza presente nos detalhes. “Existe uma essência comum entre nossas linguagens: o tempo, o toque, o cuidado com cada detalhe”, afirma Patricia Bonaldi.

Batizada de “Rose”, a nova coleção parte da simbologia da rosa para explorar a dualidade do feminino: delicada e intensa, romântica e poderosa. São dez peças exclusivas, produzidas em cerâmica artesanal, que combinam técnica e sensibilidade para transformar a mesa posta em uma experiência poética. “A rosa foi o ponto de partida, como símbolo de afeto, feminilidade e força”, conta Marô Antunes.

“Rose”, nova colaboração entre PatBO e Marô Antunes – Foto: Divulgação

Entre as criações, destaca-se o prato de sobremesa com estampa exclusiva – uma peça que exigiu precisão artística e domínio técnico para que sua aplicação mantivesse o equilíbrio entre o visual e a textura. O processo de criação da coleção durou seis meses e envolveu um mergulho profundo no diálogo entre os universos da moda e da cerâmica.

“Unir esses dois mundos foi quase instintivo, porque acreditamos na mesma coisa: na beleza do feito à mão, no valor do processo, na emoção que um objeto pode despertar”, explica Patricia. Para Marô, o processo criativo também foi natural. “Foi um encontro de pessoas que acreditam no valor do feito à mão.”

A coleção estará disponível no e-commerce da PatBO e em todas as lojas físicas da marca a partir desta quinta-feira. Por ser uma edição limitada, não haverá reposição das peças.

Abaixo, leia o papo completo com as duas designers que assinam a collab:

Patricia Bonaldi e Marô Antunes – Foto: Divulgação

Patricia Bonaldi

Harper’s BAZAAR – Como surgiu o encontro entre você e a Marô Antunes?
Patricia Bonaldi – Eu já acompanhava o trabalho da Marô há algum tempo e sempre me encantei com a forma como ela transforma suas peças em poesia. Existe muita alma no que ela cria. Quando pensamos em expandir o universo da PatBO para além da moda, ela foi um dos primeiros nomes que veio à mente.

HB – O que despertou seu interesse em unir o universo da moda com o da cerâmica?
PB – Existe uma essência comum entre nossas linguagens: o tempo, o toque, o cuidado com cada detalhe. A cerâmica da Marô, assim como as roupas da PatBO, nasce das mãos. É um processo artesanal, onde cada peça é única, tem alma, tem história. Unir esses dois mundos foi quase instintivo, porque acreditamos na mesma coisa: na beleza do feito à mão, no valor do processo, na emoção que um objeto pode despertar.

HB – Como vocês construíram essa coleção colaborativa? O que guiou o processo criativo?
PB – Tudo começou com a rosa; não apenas como flor, mas como símbolo de afeto e feminilidade. A partir disso, fomos escolhendo formas, cores e texturas que traduzissem essa sensibilidade. A Marô trouxe o domínio de um ofício antigo, onde cada peça leva dias até estar pronta. E nós trouxemos nosso olhar para harmonizar esse universo com a estética da PatBO. Foi um processo de muita troca e respeito e, acima de tudo, de intenção.

HB – Em um mercado cada vez mais acelerado, por que você acredita que o feito à mão ainda gera tanto desejo?
PB – Porque o feito à mão é o oposto da pressa. É onde está a dedicação e o cuidado. Na cerâmica da Marô, vemos isso com muita clareza, cada peça carrega uma criação única, que a torna ainda mais viva. Na PatBO, seguimos esse mesmo caminho. O artesanal nos conecta com quem criou, com o tempo que aquilo levou para existir, com o valor real das coisas. E isso, hoje, é precioso e faz parte da minha vida!

HB – Você vê essa parceria como um convite para explorar novos caminhos dentro do universo da PatBO?
PB – Com certeza! Acredito que essa coleção é um marco; ela traduz, de forma sensível, tudo o que acreditamos como marca: beleza com alma, processos que valorizam o humano e o toque como parte essencial da criação. Na PatBO, queremos estar cada vez mais presentes na vida das pessoas, não apenas no vestir, mas também na casa, na mesa, no encontro.

“Rose”, nova colaboração entre PatBO e Marô Antunes – Foto: Divulgação

Marô Antunes

Harper’s BAZAAR – Como surgiu o convite para colaborar com a PatBO?
Marô Antunes – Esse convite foi muito especial porque nasceu de uma admiração mútua. Eu já era cliente e acompanhava a PatBO há anos, sempre inspirada pela forma como eles traduzem feminilidade e força em cada peça. Quando a equipe da Patrícia nos procurou, percebi que existia uma sintonia verdadeira entre nossos universos. Foi um encontro natural, de pessoas que acreditam no valor do feito à mão.

HB – O que te interessou nesse diálogo com o universo da moda?
MA – O que mais me chamou atenção foi a possibilidade de traduzir, através da cerâmica, a mesma delicadeza e intensidade que a moda pode expressar. Moda e cerâmica têm tempos diferentes, mas partem de um mesmo lugar: um olhar para o detalhe, para o toque, para a emoção que um objeto desperta. Essa conversa me abriu caminhos novos de criação.

HB – Moda e cerâmica são campos distintos, mas ambas lidam com forma, textura e expressão. O que você descobriu nesse encontro?
MA – Descobri que o diálogo entre esses mundos é muito mais profundo do que eu imaginava. As curvas de um vestido podem inspirar a borda de uma travessa; a textura de uma renda pode se tornar relevo numa peça de mesa. Percebi que estamos falando de histórias contadas através de matéria e gesto, e que isso conecta as pessoas de uma forma muito sensorial.

HB – Quais foram suas inspirações para esse projeto em específico?
MA –
A rosa foi o ponto de partida, como símbolo de afeto, feminilidade e força. A partir dela, criamos formas suaves, tons delicados e detalhes que remetem ao universo PatBO. Busquei trazer a essência da minha cerâmica, com esmaltes que exigem tempo e técnica, mas que resultam em peças vivas, únicas e com alma.

HB – Para você, o que o artesanal representa hoje – além da técnica?
MA – O artesanal representa presença. É o contrário do automático; é quando a mão do artista encontra o tempo necessário para criar algo que carrega história e intenção. Além da técnica, ele carrega afeto, cuidado e uma maneira de valorizar o processo, não só o resultado.

HB – Como artista, o que essa parceria acrescentou ao seu repertório?
MA – Essa parceria me desafiou a olhar para a minha cerâmica sob uma nova lente, a da moda, com suas narrativas e simbologias. Aprendi muito sobre como traduzir sentimentos em formas e como abrir espaço para novas estéticas sem perder a essência do meu trabalho. Foi um processo de troca muito rico, que certamente vai reverberar em tudo o que eu criar daqui para frente.