
Fina final do desfile de Fabiana Milazzo. -Fotos: Zé Takahashi
A florada das cerejeiras foi só o ponto de partida. Em sua nova coleção, Fabiana Milazzo costura referências da tradição japonesa com tecnologias têxteis de ponta. O desfile aconteceu na Casa Bontempo, em São Paulo, em um ambiente contemplativo que reflete o espírito da coleção. “Sempre tive vontade de ir para o Japão. Quando assisti à série Shogun, fiquei ainda mais encantada. Fui durante a floração das cerejeiras porque sou apaixonada por árvores floridas. E ali decidi: queria transformar essa experiência em coleção.”
Batizada de Sakura, a coleção apresenta uma série de peças que reinterpretam símbolos da cultura japonesa. Os quimonos foram desconstruídos e transformados em blusas, blazers e vestidos. Em alguns looks, aparecem escritos em kanji com palavras como “paz”, “amor” e “prosperidade”. “Eu brinquei com duas coisas: a parte tradicional do Japão, como os samurais e as técnicas manuais, e essa visão mais tecnológica, mais futurista”, contou a estilista no backstage.
Na passarela, o contraste entre força e delicadeza apareceu em bordados manuais, volumes estruturados e tecidos com brilho quase líquido. Entre os destaques está o Liquid, um material italiano de acabamento intenso e aparência futurista. “É um tecido super tecnológico, exclusivo meu no Brasil. Meu fornecedor me disse que só vai vender pra mim”, revela Fabiana.
O jeans, outro ponto forte da marca, apareceu sem lavagem, apenas amaciado, em modelagens de alfaiataria. “Gosto de fazer o jeans assim porque usa menos química e acho que fica mais sofisticado”, explica. Já os bordados e drapeados seguem a lógica do ateliê: feitos à mão, alfinete por alfinete, alguns vestidos levam até uma semana para ficarem prontos. “Temos um domínio maior das técnicas hoje. A coleção mostra o quanto aprimoramos nossa modelagem e acabamento”, diz.