Mirella Petteni de perfil. – Foto: Reprodução

Se você nunca ouviu falar de Mirella Petteni, não se preocupe. É provável que até ela mesma teria preferido assim. Discreta ao máximo, passou a vida sem revelar intimidades, gostava mais do apelido (“Bergamasca”, por ter nascido em Bergamo, na Itália) do que o próprio nome e sua idade sequer acompanhou a notícia de sua morte nesta quarta-feira (27/08).

Mulher de poucas palavras, preferia falar por imagens – publicadas nos anos 1960 em revistas de moda e clicadas por nomes como Gian Carlo Barbieri, Richard Avedon e Irving Penn. Como modelo, foi musa de todos eles, apaixonados por seus olhos grandes e estilo discutivelmente andrógino. Ao fim dos anos 1970, já estava quase fora de cena. Experimentou ser editora de moda mas caminhou rapidamente para uma vida filantrópica, que manteve por décadas sem alarde. A última vez que “apareceu” foi em 2009, quando ficou viúva do premiado produtor de cinema italiano Robert Haggiag.

Agora, com o silêncio de sempre, Mirella se despediu. Em sua homenagem, o estilista @giambattistavalli fez uma publicação em suas redes sociais: “Você nos deixou para uma nova aventura e eu vou sentir sua falta, mas prometo que você vai viver em mim todos os dias. Lembro quando eu era quase uma criança e você me convidou para conhecer seu guarda-roupa, contando todas suas experiências de vida através das roupas… Naquela noite, você modelou todas as peças da minha primeira coleção, dando vida e forma à minha visão”.