Na pré-abertura da 36ª Bienal de São Paulo para a imprensa, nesta quinta-feira (04.09), o curador-geral Bonaventure Soh Bejeng Ndikung apareceu com um traje concebido especialmente para a ocasião pela Handred. A escolha do royal blue, feita pelo próprio Ndikung, guiou a criação de André Namitala, que desenvolveu uma alfaiataria oversized pensada para equilibrar solenidade, conforto e a força performativa do curador.
O resultado é uma peça que, desde a cor até o corte, dialoga com a dimensão estética e política que atravessa esta edição da Bienal. “Bona carrega em sua imagem o impacto de um verdadeiro dândi moderno, que se veste considerando personalidade, política e arte. Sua imagem é discurso, e por isso a criação do traje caminhou junto da responsabilidade de marcar esse momento”, explica Namitala.
O traje é coroado por uma gola de palha de seda, ornamento inspirado em uma colaboração de Namitala com o artista Ayrson Heráclito, hoje no acervo do MASP. Ao todo, cinco artesãs participaram da execução, em um processo que somou cerca de 100 horas de trabalho manual.
A construção do look integra patchworks geométricos, nervuras e recortes triangulares inspirados no quadro Baianas, de Jean Gillon, pertencente à coleção da Handred e atualmente em exposição na loja da Bela Cintra. “O resultado não só engloba traços marcantes da Handred, como a alfaiataria e o conforto do vestir, como também envia mensagens estilísticas, artísticas e políticas, exatamente como Bonaventure me pareceu ser”, completa Namitala.

André Namitala e Buonaventure na abertura para a imprensa (Foto: Divulgação)
BIENAL 2025
Com o título Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática, inspirado em versos de Conceição Evaristo, a Bienal reúne 120 artistas no pavilhão e mais cinco na Casa do Povo, dentro do programa Afluentes. A curadoria de Ndikung conta com Alya Sebti, Anna Roberta Goetz, Thiago de Paula Souza e Keyna Eleison, com consultoria de Henriette Gallus. Entre os nomes confirmados estão Wolfgang Tillmans, Maxwell Alexandre, Lidia Lisbôa, Oscar Murillo, Maria Auxiliadora, Gê Viana, além de propostas coletivas como Forensic Architecture e a colaboração entre Raven Chacon, Iggor Cavalera e Laima Leyton.
A FESTA
Na sexta (05.09), a Rolex promove a festa oficial da Bienal, restrita a convidados, com coquetel, visita guiada e jantar no Pavilhão Ciccillo Matarazzo. A marca estreia como Relógio Oficial da 36ª edição, ampliando sua atuação cultural que já inclui parcerias com o Museu da Academia em Los Angeles, a Royal Opera House de Londres e a turnê Tempo Rei, de Gilberto Gil. A abertura ao público acontece no sábado (06.09), com entrada gratuita até 11 de janeiro de 2026, no Parque Ibirapuera.

Foto: Divulgação