Ricardo Almeida /Elo Atemporal 2025/ Foto @Ze_Takahashi

O desfile realizado no Studio Ricardo Almeida mostrou como a alfaiataria pode ganhar novas dimensões quando dialoga com a experimentação. A passarela apresentou 40 produções que equilibraram linhas masculina e feminina, explorando volumes, sobreposições e combinações inusitadas que atualizam a leitura de sofisticação característica da grife.

O styling de Pedro Salles trouxe gravatas usadas como amarrações, pochetes e faixas de smoking aplicadas em camadas que ampliaram a silhueta, criando um ritmo visual contemporâneo. Essa abordagem reforçou a ideia de que a alfaiataria não precisa ser rígida: ela pode assumir novas formas sem perder sua essência.

Nos tecidos, a mistura da lã com fibras naturais como algodão e linho trouxe frescor às peças de corte clássico. Camisetas básicas, paletós, calças e overcoats longos revelaram uma alfaiataria mais leve, pensada para o cotidiano. A cartela de cores percorreu tons terrosos — chocolate, argila, camelo e bege — em contraste com cinzas frios, areia e azul céu, criando um equilíbrio entre sobriedade e suavidade. Entre as novidades, a estreia da linha de chinelos e sandálias, com tiras e recortes marcantes, ampliou o território de atuação da marca.
O novo logotipo “Pilares” simbolizou a filosofia criativa que sustenta Ricardo Almeida: qualidade inegociável, identidade atemporal, sofisticação sem ostentação e moda entendida como expressão artística. Esses fundamentos se refletiram na passarela, em peças que carregam a força do passado enquanto desenham novas possibilidades para o futuro.

Esse olhar para frente se materializou especialmente na RA2, linha experimental concebida em parceria com os filhos do estilista, Ricardinho e Arthur, e com Gabriel Pascolato. As criações trouxeram um espírito mais disruptivo, com foco no exercício de experimentar, reposicionando a alfaiataria como terreno fértil para inovação. A RA2 mostrou que a tradição da marca não se limita ao que já foi consolidado: ela se reinventa, criando diálogos entre gerações e abrindo espaço para uma moda mais livre, contemporânea e sensorial.