
Foto: Reprodução/Instagram @nyfw
O segundo dia da temporada de Primavera 2026 da NYFW trouxe passarelas cheias de personalidade, criatividade e inovação.
Das alfaiatarias minimalistas e sensuais às experimentações futuristas, a Big Apple se transformou em um grande palco de novas tendências e muita identidade, definindo os rumos da moda para a próxima estação.
Confira alguns destaques do segundo dia de NYFW:
Off-White
A nova coleção da Off-White abre um novo capítulo com a visão do Diretor Criativo IB Kamara. Levando o legado de Virgil Abloh para um mood ainda mais ousado, entre grafites e o skyline da cidade, o desfile transformou o rooftop da New Design High School em uma passarela com um mix potente: alfaiataria desconstruída, recortes gráficos, vibe urbana, toques militares e suaves flashes de neon.
As silhuetas apareceram entre futuristas e outras mais oversized, relaxadas, reforçando o DNA da marca: pura moda de rua com alma couture.
Batizada de POP ROMANCE, a coleção celebrou estudantes e pioneiros negros do streetwear e do hip-hop. No casting, nomes como Landon Barker e Iris Law deram o tom do hype.
Alexander Wang
Alexander Wang está de volta! Celebrando 20 anos de carreira, sua Primavera 2026 marcou um poderoso retorno à NYFW com ‘The Matriarch’: alfaiataria marcante, acessórios 3D, toque schoolgirl e uma homenagem a mulheres fortes de todo o mundo.
Os modelos entraram na passarela com looks de power dressing: ombros estruturados, detalhes metálicos chamativos e drapeados ousados. Drones iluminaram o caminho na passarela ao som de batidas intensas de techno.
Campillo
A label de Patricio Campillo marcou presença na NYFW com a coleção Repetición. Mixando suas raízes mexicanas, herança e muita identidade, o clima da passarela transbordou estilo e criatividade, com modelos maquiados pela New York Makeup Academy.
As peças exploraram a sustentabilidade por meio da repetição, combinando tons terrosos e um jogo de texturas. Cortes inspirados nos charros – originalmente trabalhadores do campo, pastores de gado e capatazes em grandes fazendas – reimaginados com sensualidade, silhuetas fluidas que misturam códigos masculinos e femininos, estampas e gráficos que não passam despercebidos e um trabalho artesanal que conecta cada peça à sua cultura.
Private Policy
A Private Policy levou a discussão sobre tecnologia e emoção para a passarela da NYFW com uma apresentação que uniu moda e inteligência artificial de maneira literal. A coleção, intitulada “Can We Be Friends?” (“Podemos ser amigos?” em português), explorou a relação entre humanos e máquinas, questionando até onde a tecnologia pode se aproximar da nossa sensibilidade.
As peças mesclaram referências de workwear e estética americana com detalhes futuristas, criando um guarda-roupa utilitário e ao mesmo tempo experimental, que refletia o choque – e a fusão – entre tradição e inovação.
O ponto alto do desfile foi a entrada de BAOBAO, um agente robótico capaz de se transformar entre forma humanoide e quadrúpede, que caminhou pela passarela ao lado dos modelos.
Mais do que um efeito cênico, o robô simbolizou o tema central da coleção: se a inteligência pode ser programada para entender nossos gestos e afetos, será que ela continua sendo apenas uma máquina? Ao colocar esse questionamento em cena, a marca reforçou seu DNA de unir moda a debates sociais e culturais, oferecendo não apenas roupas, mas também reflexões sobre o futuro que estamos construindo.

Foto: Getty Images
Advisry
A Advisry apresentou na NYFW sua coleção 4 Moral Tales, uma proposta que uniu moda, cinema e som para criar um desfile em forma de narrativa.
Inspirado na antologia de filmes de Éric Rohmer, o show foi dividido em quatro capítulos — Restraint, Temptation, Obsession e Detachment — cada um explorando diferentes nuances do caráter humano. Com uma abordagem “construção lenta”, o Diretor Criativo Keith Herron traduziu em roupas a ideia de que os pequenos gestos e escolhas discretas podem revelar mais sobre nós do que qualquer espetáculo.
Nos looks, os detalhes e cortes precisos ganharam protagonismo, enquanto elementos de Altered Americana (referência conceitual à ideia de uma versão distorcida ou fragmentada da cultura e estética americana clássica) surgiram como metáfora de um país fragmentado.
Estampas xadrez, o clássico Shepard’s Check e acessórios como luvas adicionaram camadas de storytelling, transformando cada visual em uma micro-história dentro do enredo maior. A coleção reforçou a identidade da Advisry como uma marca que vai além da moda, criando experiências imersivas que mesclam estilo, cultura e narrativa.
Sergio Hudson
A Sergio Hudson chegou na NYFW com uma mistura poderosa de alfaiataria, cores vibrantes e texturas que brilham na passarela, traduzindo a visão do estilista de devolver às pessoas a alegria de se arrumar.
A paleta foi do amarelo solar ao violeta profundo, passando por tons de burgundy e brilhos metálicos, criando composições que equilibravam sensualidade e elegância.
Entre os looks que roubaram a cena estavam o vestido halter de paetês burgundy, um mini dress blazer amarelo cheio de atitude, um terninho violeta sob medida, além de um conjunto de seda com recortes sensuais e a clássica camisa branca combinada com saia lápis cravejada de brilho.
Fazendo sua estreia na passarela: ninguém menos que Olandria Carthen, a estrela do reality Love Island USA, usando uma jaqueta em animal print, combinada com mini shorts, cinto preto e dourado, e saltos, completado por coque baixo e unhas em francesinha.

Foto: Getty Images
Christian Siriano
Christian Siriano transformou os corredores da Macy’s em um verdadeiro set de cinema para o desfile Primavera 2026, com inspiração na lendária Marlene Dietrich e seu jeito único de misturar feminilidade e masculinidade.
Coco Rocha abriu o show arrasando em preto e branco, seguida por looks que foram de ternos a vestidos super volumosos, brincando com poás, listras e xadrez com pitadas lúdicas.
A vibe preto e branco dominou a passarela até que a cor explodiu nos vestidos de festa como o azul Tiffany e o metálico brilhante. Saias balão, ombros oversized e barras arredondadas deram leveza e um pouco de drama aos looks. Os chapéus – um tanto quanto excêntricos – deram o toque final de glamour clássico de Hollywood.
O menswear também brilhou na passarela. Fiel à sua assinatura, Siriano pegou as silhuetas clássicas masculinas e deu a elas um twist inspirado no feminino: vestidos viraram túnicas sobre calças, blusas se transformaram em camisas drapeadas super bem cortadas e saias se reinventaram em calças plissadas com volumes inesperados.

Foto: Getty Images
Fforme
Sob o comando de Frances Howie, para a Primavera 2026 a Fforme apostou em silhuetas relaxadas, mas super bem estruturadas. Tecidos drapeados, alfaiataria leve e linhas limpas aparecem em tons neutros, equilibrando conforto e sofisticação.
Sem exageros, sem firulas, só aquele glamour discreto, perfeito para a rotina agitada. É o famoso essencial elevado: alfaiataria fluida, costuras estruturadas, malhas super macias e pontos de cor na medida certa.

Foto: Getty Images
Wiederhoeft
O desfile de Primavera/Verão 2026 da Wiederhoeft, batizado de “Lost Works”, foi uma experiência quase cinematográfica. Apresentado no salão da marca em Nova York, o show parecia uma viagem por memórias esquecidas, com peças que combinaram estrutura, fluidez e bordados minuciosos. Corsets elaborados em seda, lamê e veludo ganharam vida com cristais, contas de vidro e franjas, enquanto saias longas e drapeadas completaram o clima de elegância quase etérea.
Entre os destaques, chamaram atenção o corset Julie em azul pálido com bordados delicados, combinado com saia de chiffon e acessórios em cristal, e o conjunto dourado de jaqueta e saia tulipa, repleto de bordados sofisticados e franjas. A coleção brinca com contrastes — entre brilho e suavidade, tradição e modernidade — e reforça a ideia de que moda é também memória e narrativa.
























