Kim Shui (Foto: Getty Images)

 

O terceiro dia da NYFW Primavera/Verão 2026 trouxe passarelas cheias de personalidade e narrativas marcantes. Entre alfaiataria marcada, silhuetas estruturadas e experimentações que brincam com arte, gênero e identidade, as passarelas de Nova York se tornaram um espaço de expressão sem limites.

Do minimalismo sofisticado da Tibi às cores vibrantes e poéticas de Prabal Gurung, passando pelo romantismo boêmio de Anna Sui e a provocação sensual da Eckhaus Latta, cada desfile contou uma história própria, refletindo a pluralidade da moda contemporânea e o espírito inquieto de uma nova temporada.

 

Confira os destaques do terceiro dia de NYFW Primavera 2026:

Tibi

A Tibi trouxe sua nova coleção em um estudo de opostos que se completam: força e elegância coexistem com naturalidade.

Silhuetas inspiradas no brutalismo e na Bauhaus ganham leveza com referências a redes de pesca artesanal e ao Ballet Geométrico (1935) de Ursula Sax. Tons acinzentados, verdes terrosos e neutros sofisticados se misturam a jeans e tecidos estruturados que respiram modernidade.

 

Foto: Reprodução/Instagram @tibi

 

Altuzarra

Joseph Altuzarra transformou a passarela em um verdadeiro mirage de beleza e criatividade.

A coleção de Primavera 2026 brinca com ilusões de ótica e combina romance com uma pegada contemporânea. Malhas decoradas com penas, shearling inesperado, camisetas estruturadas e detalhes surrealistas — como pássaros bordados ao redor de golas — fazem o público olhar com atenção.

Entre clássicos reinventados, como jaquetas de couro amplas e mini bags dobráveis estilo origami, e vestidos drapeados sensuais, a Altuzarra entrega um guarda-roupa para pessoas modernas, ousadas e cheias de atitude.

 

 

Meruert Tolegen

No terceiro dia da NYFW, Meruert Tolegen trouxe rigor e suavidade de mãos dadas. Corsets estruturados, chemisettes delicadas e xadrezes em seda/algodão dividem espaço com tons cremosos e jacquards texturizados. Silhuetas volumosas ganham precisão na alfaiataria, enquanto o tricô artesanal surge como um contraponto, reinterpretando modelos anteriores.

É uma coleção que equilibra tradição e inovação, mostrando que o luxo pode ser pensado em linhas claras, detalhes técnicos e formas robustas, mas sempre com o frescor que a temporada pede.

Foto: Reprodução/Instagram @meruert__tolegen

 

Lapointe

Sally LaPointe transformou cada look em uma obra de arte. Entre penas retiradas manualmente, bordados intrincados e veludos brilhantes, a coleção de Primavera 2026 é uma celebração do artesanato e da pintura em movimento.

O desfile começou intimista, com vestidos transparentes em tons de cinza, e evoluiu para cores vibrantes, texturas lúdicas e até látex. 

 

Anna Sui

Anna Sui levou a passarela direto para um boudoir boêmio com toques de romantismo desértico. A coleção SS26, Desert Blooms, mergulhou na estética da Mabel Dodge Luhan House, refúgio de artistas como o escritor inglês D.H. Lawrence.

Tons cremosos, cinza opaco e pinceladas de azul vibrante criam uma paisagem onírica, enquanto gravatas sobre calças, pijamas combinados com cardigans e tecidos fluidos reforçam a feminilidade leve e sonhadora.

Cada look parecia garimpado em um brechó vintage, mas com um cuidado que só Anna Sui consegue entregar.

 

Alice + Olivia

Stacey Bendet transformou a passarela em um palco de celebração da mulher americana. Com 45 looks, a coleção mistura sportswear, glamour dos anos 1940 e preppy revisitado.

Cenários coloridos remetem a fast food, esportes e ícones da cultura pop, enquanto murais e referências à Estátua da Liberdade criam uma narrativa artística.

Vestidos de festa, malhas colegiais e flores exuberantes se encontram em um guarda-roupa moderno que exalta atitude, carisma e feminilidade em todas as suas formas.

Foto: Getty Images

 

Eckhaus Latta

Provocativa e sem filtros, a Eckhaus Latta Primavera 2026 é uma meditação sobre corpo, gênero e imperfeição. Regatas recortadas, bustiers sobre calças fluidas e camadas em amarelo bebê e azul suave brincam entre contraste e suavidade.

Detalhes como máscaras de silicone com fases da lua elevam acessórios à categoria de statement. A coleção equilibra o severo e o delicado, criando poesia em forma de moda.

 

Prabal Gurung

Na St. Bartholomew’s Church, Prabal Gurung celebrou a resiliência e a alegria com a coleção Angels in America. Tons vibrantes de pink, coral, amarelo e lavanda se encontram com bordados de flores e penas feitas à mão, evocando asas angelicais.

Silhuetas fluidas, vestidos de festa e calças amplas transformam a passarela em uma celebração de inclusão e esperança, acompanhada por um coro ao vivo que reforça a atmosfera quase sagrada do desfile.

 

Todd Snyder

Todd Snyder trouxe o clima de férias com alfaiataria leve e detalhes de resort. A coleção inspira La Buena Vida: calças de perna larga, voiles translúcidos, poás, listras e tons sorbet criam um guarda-roupa sofisticado, mas despreocupado.

Gravatas curtas, chapéus de aba larga e bolsas maxi adicionam teatralidade sem perder a elegância. Um verdadeiro equilíbrio entre tradição e liberdade, onde cada peça é precisa, confortável e naturalmente estilosa.

Uma mistura do charme lânguido da Havana dos anos 1950 com a sensualidade de Miami nos anos 1980.

Foto: Getty Images

 

Khaite

A Khaite Primavera/Verão 2026 exala o DNA de garota cool que a marca domina. Kendall Jenner abriu o desfile com malhas modernas, couro estruturado e poás em tons vibrantes como amarelo e bordô.

Silhuetas fortes, alfaiataria impecável e sutil influência western consolidam a coleção como uma referência de minimalismo sofisticado, enquanto detalhes como loafers renovados e blusas arrojadas mantêm a assinatura de estilo sem esforço que todos esperam da marca.

 

Kim Shui

Kim Shui brincou entre o romântico e o urbano, revelando e cobrindo em doses perfeitas. Tule transparente, painéis de couro, sedas sinuosas e corsets de lingerie criam uma coleção provocativa, mas elegante.

Babados cortados com precisão e blazers estruturados equilibram suavidade e atitude, mostrando que a contenção, quando feita com habilidade, pode ser a forma mais poderosa de sedução.

 

Who Decides War

O terceiro dia da NYFW recebeu a coleção Read the Room, da Who Decides War, em um manifesto de força e refinamento.

Alfaiataria estruturada encontra fluidez; tecidos robustos ganham leveza; tons escuros contrastam com nudes e detalhes inesperados chamam o olhar.

Cada look transmite presença e atitude, enquanto maquiagem e cabelo reforçam a narrativa de uma moda se afirma.

Foto: Reprodução/Instagram @whodecideswar