
Nós Queer Existimos: mostra inédita da Ilha da Reunião chega ao Brasil. Foto: Reprodução
A partir de outubro, o Brasil recebe a mostra Kwir Nou Éxist: Nós Queer Existimos, projeto dos fotógrafos Raya Martigny e Édouard Richard que retrata a comunidade LGBTQIAPN+ da Ilha da Reunião, território francês no Oceano Índico. Depois de passar por Paris — no verão do Louvre — e pela própria ilha, a exposição aterrissa no Futuros – Arte e Tecnologia, no Rio de Janeiro (de 9/10 a 9/11), e segue para o MIS – Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, de 13 a 23/11, dentro do festival MixBrasil.
Com cerca de 80 imagens, a mostra propõe um gesto de celebração e pertencimento, ao mesmo tempo em que abre espaço para refletir sobre colonialismo, ancestralidade e as formas de resistência queer. “Quero mostrar a essa juventude que ela tem valor. Que não é preciso necessariamente partir para se construir. O importante é ter escolha”, afirma Raya, que deixou a ilha aos 16 anos e hoje retorna para contar essa história em forma de arte.
A palavra “kwir”, incorporada recentemente ao crioulo falado na região, tornou-se símbolo de uma comunidade que só realizou sua primeira Parada do Orgulho em 2021, mas que já se reconhece como força cultural e política. Para Édouard, “não é um trabalho de fotojornalismo, mas um projeto artístico que também conta uma história importante”.
Realizada em parceria entre a Elayne, de Alban Sénault, e a Debê Produções, de Marcio Debellian, a exposição integra o calendário oficial do Ano Cultural Brasil-França 2025, com apoio do Institut Français, Instituto Guimarães Rosa. A mostra se apresenta como um manifesto visual que atravessa territórios, corpos e línguas para afirmar: existir é político, é coletivo e é belo.