
Filme de Fellipe Barbosa estreia no Festival do Rio e coloca a surdez no centro de um debate sobre identidade e representatividade. Foto: Divulgação
No longa “90 Decibéis”, dirigido por Fellipe Barbosa e escrito por Julia Spadaccini, acompanhamos Ana, vivida por Benedita Casé Zerbini, uma advogada bem-sucedida que vê sua vida mudar ao enfrentar a perda progressiva da audição. A partir dessa transição, o filme expõe o impacto do capacitismo cotidiano e a necessidade de reinventar a forma de estar no mundo — profissionalmente, afetivamente e socialmente.
Com um elenco formado majoritariamente por atores com deficiência, a produção do Núcleo de Filmes dos Estúdios Globo conta ainda com Leandro Ramos, Maurício Destri, Paulo Verlings, Flávia Gusmão, Stefano Carta e Guilherme Logullo. O grupo dá corpo a uma trama que propõe uma escuta ativa sobre inclusão, representatividade e autonomia. A narrativa parte de uma experiência íntima, mas abre espaço para refletir sobre o modo como a sociedade enxerga e silencia corpos fora da norma.
Apresentado pela primeira vez no Brasil durante o 27º Festival do Rio, no Cine Odeon, “90 Decibéis” combina realismo e delicadeza para tratar da transformação de uma mulher que precisa aprender a ouvir de outro jeito — os outros, e a si mesma.