Dries Van Noten (Foto: Getty Images)

Durante anos, a ditadura do cabelo milimetricamente alinhado reinou, do coque polido das clean girls aos fios lisos de escova e paciência. Mas, nas passarelas das últimas semanas de moda, o império da perfeição começou a ruir.

 

Em Nova York, Londres, Milão e Paris, um novo código de beleza tomou forma: o messy hair voltou, mais sofisticado, mais livre e mais interessante.

Valentino (Foto: Getty Images)

O cabelo da vez é o resultado de uma nova estética que celebra o real, como um eco das rebeldias de outras épocas: do bed hair dos anos 90 de Kate Moss e Kurt Cobain, à desordem sexy de Brigitte Bardot nos 60, passando pelo caos planejado das musas punk de Vivienne Westwood nos 80. 

Vivienne Westwood (Foto: Getty Images)

Nas passarelas da própria Vivienne Westwood, o espírito anárquico da maison se manifestou em topetes desfeitos, mechas desalinhadas e texturas quase cruas, o tipo de cabelo que parece ter brigado com o vento.

Acne Studios (Foto: Reprodução/Instagram @acnestudios)

Enquanto na Chloé e na Acne Studios, o “desarrumado” ganhou uma versão mais poética: fios desalinhados, coques firmes e pequenas imperfeições que traziam naturalidade.

Pierre-Louis Mascia (Foto: Reprodução/Instagram)

Já na Pierre-Louis Mascia e Proenza Schouler a bagunça virou performance: penteados que pareciam desabar diante dos olhos, como uma metáfora do colapso entre o controle e o caos.

Proenza Schouler (Foto: Reprodução/Instagram)

Vettese (Foto: Reprodução/Instagram)

Giorgio Armani (Foto: Reprodução/Instagram)

Yohji Yamamoto (Foto: Reprodução/Instagram)

Mas não se engane, os fios desordenados são tudo, menos desleixo. É um penteado construído com sprays de textura, pomadas leves e uma boa dose de “acordei assim”, mas só depois de 20 minutos de styling.

No fim, o luxo agora é parecer real e o retorno do messy é um espelho do momento cultural. Depois de anos de feeds filtrados e rotinas de beleza milimetricamente performáticas, há um desejo por algo que pareça menos perfeito. 

Finalmente, será que a beleza voltou a respirar?