O Hostellerie Cèdre & Spa, de frente para as muralhas e a dois passos do centrinho, é um refúgio verde em uma casa do século 19. Os 40 quartos e suítes, recém-renovados, mantêm o sentido de lugar: madeira e pedra, tons naturais, luz bem pensada, cama macia, banheiro amplo e vista para o jardim – o ciclo borgonhês perfeito: “vinho, vinhedo, queijos, relax”, que se repete naturalmente.
No subsolo, o Spa Nuxe pede tempo extra, então, a equipe ajusta o ritmo de maneira intimista e discreta. É um lugar necessário para uma semana na terra santa dos amantes do vinho e, que, francamente, pode ser bastante exaustiva. Com três salas de tratamento, um hammam, uma jacuzzi privativa e uma tisanerie, é o espaço ideal para recarregar as energias e mergulhar em uma experiência wellness.
À mesa, o Clos du Cèdre, uma estrela Michelin, ocupa uma antiga morada de viticultor: cozinha de produto, precisão e equilíbrio. Em salas de estuque e madeira, com luz baixa de fim de tarde, a carta de vinhos coloca a Borgonha em protagonismo sem cair na repetição. Vinho aqui não é troféu – é continuidade do prato. A dica é conversar com o sommelier Benjamin Maillet e desfrutar do seu conhecimento, que é impressionante, e, munido de uma adega monumental, que inclui garrafas como o lendário Romanée-Conti, ele conduz a vivência com maestria.
Quando a ideia é simplicidade bem-feita, o bistrô da casa, sob o comando do chef Jordan Billan, entrega descontração sem pirotecnia – tanto na sala quanto no terraço, dependendo da estação do ano. Um clássico do hotel é pedir um club sandwich à frente da lareira durante a madrugada, enquanto o casal degusta a saideira e mente para si mesmo dizendo que, amanhã, beberá menos vinho.
Outro ponto alto do hotel é a recepção e o concierge, sempre prontos para marcações de caves, jantares e rotas – especialmente porque sabemos que os planos sempre mudam. Afinal, viagens a dois são para isso mesmo: relaxar e curtir cada momento intensamente. E para que tudo seja impecável (e inesquecível), o housekeeping entra no quarto duas vezes por dia, garantindo que a cama esteja feita, as toalhas trocadas e as garrafas de água repostas.
Melhor época? Entre fevereiro e maio, o fim do frio e o começo da fase mais vibrante da região; junho a agosto para clima fresco e vinhedos cheios de vida; setembro a novembro para curtir a vindima e a luz dourada. No fim, a razão para voltar é simples: o Le Cèdre edita o excesso e entrega a essência da Borgonha – tempo bem gasto, vinhos maravilhosos, romantismo levado a sério e muito conforto.






