
Maria Toleto – Foto: Divulgação
Nos dias 13 e 14 de agosto, São Paulo será palco da segunda edição do AYA TALKS, iniciativa do AYA Earth Partners — o maior ecossistema do Brasil voltado a acelerar a economia regenerativa e de baixo carbono. Com foco em circularidade, bioeconomia e impacto positivo, o encontro reunirá lideranças empresariais, criadores, jornalistas e ativistas para debater os caminhos de um futuro mais sustentável na moda, na beleza e no bem-estar.
Entre as vozes que ganham destaque está Maria Toledo, sócia da Z Creators e recém-nomeada Embaixadora de Moda, Beleza e Bem-estar da AYA. Com mais de 20 anos no varejo de moda e passagem marcante pela criação da Alme — marca sustentável que neutraliza todo o carbono emitido —, Maria traz uma visão estratégica que une inovação, responsabilidade socioambiental e conexões transformadoras.
Às vésperas do evento, ela compartilhou conosco como pretende usar sua nova posição para “construir pontes” entre marcas, executivos e talentos, estimulando diálogos que saiam do discurso e avancem para ações concretas de impacto positivo. Nesta entrevista, fala sobre os desafios da sustentabilidade no setor, a importância da liderança consciente e o papel que moda e beleza podem desempenhar na transição para uma economia regenerativa no Brasil.
HARPER’S BAZAAR BRASIL – Qual é a principal missão que você pretende cumprir como embaixadora da AYA para moda e beleza?
MARIA TOLEDO – Como embaixadora de Moda, Beleza e Bem-estar, meu papel é construir pontes: conectar marcas, executivos e talentos do setor à geração de valor, inovação e novas possibilidades de negócios. Essa conexão se dará por meio de agendas estratégicas, eventos, conversas e parcerias que movimentam o mercado.
HBB – Na sua experiência, quais são os desafios mais comuns que marcas enfrentam para incorporar sustentabilidade de forma genuína?
MT – O engajamento da alta liderança. Se o CEO não colocar o tema como prioridade na agenda, os projetos e investimentos não ganham tração.
HBB – Como a AYA ajuda marcas e profissionais do setor a criar parcerias que realmente gerem impacto positivo?
MT – Existem várias formas. Uma delas é por meio da membresia, na qual as empresas se tornam membros do ecossistema e participam de agendas e eventos, além de submeterem projetos para apoio na solução de problemas e na inovação.
HBB – Como você enxerga a relação entre beleza, bem-estar e sustentabilidade no contexto atual do mercado brasileiro?
MT – Para mim, tudo está interligado quando pensamos em mente, corpo e alma. Ter consciência do que é melhor para o meio ambiente e para a sociedade em que estamos inseridos nos ajuda a evoluir como seres humanos e cidadãos. É um caminho sem volta. Ao nos tornarmos mais sensíveis e com pensamento crítico, nos tornamos mais belos e nos sentimos melhor.
HBB – O que as lideranças do setor precisam aprender para liderar de forma mais consciente e sustentável?
MT – A informação é o primeiro passo. Ninguém é obrigado a saber tudo, especialmente diante das mudanças dos últimos anos. Cercar-se de especialistas no assunto e técnicos engajados ajuda a despertar e encontrar a melhor narrativa e ação para a sua marca ou empresa. Você não precisa entrar em todas as conversas nem apoiar todas as causas, mas sim aquelas que têm convergência com o DNA da sua marca. A partir disso, é importante se aprofundar no assunto, lembrando que não é porque não podemos fazer tudo que não podemos fazer algo.
HBB – De que forma o mercado de moda e beleza pode ajudar a acelerar a transição para uma economia regenerativa no Brasil?
MT – A economia regenerativa busca restaurar sistemas — sejam ambientais, sociais ou econômicos. Isso pode ir desde o plantio de árvores, por meio da compensação de carbono gerado, até o apoio a comunidades em situação de vulnerabilidade, capacitando a população para gerar renda própria. Por último, é fundamental ter como meta a equidade social, promovendo oportunidades que levem em conta a situação singular de cada indivíduo.
HBB – Quais ações práticas você sugere para quem está começando agora a implementar estratégias sustentáveis em seus negócios?
MT – Minha sugestão é já começar com essa mentalidade, analisando toda a cadeia e escolhendo qual batalha aprofundar. Nosso hábito de consumo é uma forma de luta. O mundo não precisa de mais produtos; portanto, se você for criar algo novo, que seja algo que impacte positivamente a todos.
HBB – Você pode contar um pouco sobre sua trajetória profissional até aqui e como ela te preparou para assumir o papel de embaixadora da AYA?
MT – Sou estrategista de marcas com mais de 20 anos de experiência no varejo de moda. Nesta trajetória, fiquei 13 anos no Grupo Arezzo, onde, entre projetos e diretoria de marcas, fundei a Alme, marca sustentável do grupo que compensa todo o carbono gerado. Esse momento despertou meu olhar para o ESG. Entre outras experiências, essa teve um destaque importante. A ideia da Patricia Ellen, ao me convidar, foi justamente fazer essas pontes entre as marcas e a AYA.
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