Case apresentado ontem na COP27 sobre sustentabilidade, comunicação e negócios – Foto: Arquivo Pessoal

Por Greg Reis

Dediquei alguns minutos aqui para entender melhor a palavra “ilustre”. Com tanta gente importante atravessando o caminho – de líderes políticos a personalidades do ativismo ambiental – a palavra vem sempre à mente. Com sua raiz no latim, ilustre carrega um significado de iluminação, destaque, banhado em luz, brilhante. Vem à mente quem está liderando o caminho, direcionando os holofotes para temas absolutamente relevantes e em quem tem essa inteligência inspiradora que vemos por aqui.

Unir responsabilidade e negócios é um desafio e uma urgência. Não é de hoje que vemos a crescente expressão de consciência do consumidor e setores públicos e privados dividem a tarefa de seguir com lógica e emoção numa balança extremamente sensível. Mas aqui, falando sobre sustentabilidade posta em prática, trazemos para a realidade as dificuldades que vão acabar definindo o futuro. Quem bom ter cabeças ilustres postas para pensarem juntas.

Pois bem… Na prática, não é realista pensar na extinção das indústrias, por exemplo. Um exemplo bobo – eu sei! -, mas é fato que precisamos do funcionamento saudável de um sistema que nos oferece água e alimento, mas também roupa, casa, carro, bicicleta, brinquedo, celular e toda a engrenagem do que conhecemos como uma vida digna. Acesso é uma questão, mas antes (ou junto) dele está o problema do desenvolvimento sustentável dessa nossa vida. O que vimos e ouvimos hoje na COP27 foram soluções de empreendedorismo que garantem a continuidade e o desenvolvimento de ciência, serviço e indústria sem que a natureza e o bem estar de todos sejam sacrificados.

E que maravilhoso saber que muito é possível!

No coração desse desafio existe a comunicação corporativa de ações de ESG. Públicas ou privadas, empresas precisam garantir que o público conheça e entenda essas iniciativas, para que as pessoas consumam com consciência. Ontem, a COP27 conheceu como o Grupo Malwee tem atuado nessa tarefa de embarcar, de forma intrínseca, a sustentabilidade no coração do negócio e usar o storytelling do marketing para envolver, mas também orientar o público – afinal, promover a transformação que a indústria da moda precisa é um trabalho em conjunto, como falei no texto de ontem! O case foi apresentado pela diretora executiva de negócios do grupo, Anay Zaffalon.

E é aqui me vem o desdobramento da ilustre palavrinha. “Quer que eu desenhe?” é uma constante no cotidiano do marketing de quem toma para si a responsabilidade de ser sustentável. Ilustrar é iluminar, clarear, promover a luz do conhecimento. Em sustentabilidade, uma comunicação feita para pessoas, envolvente e cativante tem que carregar também a transparência necessária para se tratar o tema. Mas deve ser, ainda assim, envolvente e cativante – somos movidos por emoção, afinal! Está no nosso DNA ancestral mudarmos hábitos quando, ao mesmo tempo, compreendemos e sentimos.

Somos essa humanidade inteligente e brilhante porque sabemos contar histórias. Nossa capacidade de nos juntarmos em volta da fogueira e transmitir conhecimentos de geração para geração nos fez chegar até aqui. O que é a COP senão uma grande tribo se reunindo pra trocar conhecimento? Gosto de acreditar que essa mesma capacidade, a de contar histórias relevantes, aquelas que fazem o coração bater, colocam a mente para trabalhar e mudam ações, é também o que vai nos levar adiante.

*Greg Reis é diretor criativo do Grupo Malwee