Por Helena Saad
A importância do brincar para o desenvolvimento infantil auxilia nos aspectos intelectual, físico e social. Além disso, a criança que é capaz de interagir por meio de brincadeiras coletivas consegue estabelecer vínculos afetivos mais consistentes e aprender regras e limites. Isso é o que observou o historiador e linguista holandês Johan Huizinga, em seu livro “Homo Ludens”, de 1938.
Desde então, os jogos são vistos (e usados) como importantes ferramentas de interação. Das amarelinhas desenhadas com giz às cirandas, muita coisa mudou – e a era hi-tech por pouco não tirou de cena os tabuleiros e os brinquedos artesanais.
Pode soar como paradoxo, já que os nativos digitais, donos de um cardápio de atividades online gigantesco, ainda curtam a sensação de cavalgar no lombo de um cavalinho de madeira. Mas qual é a razão para que isso aconteça? Segundo o pesquisador Wim Veen, a geração batizada de “Homo Zappiens” adotou novos modos de brincar e de se comunicar como estratégias para lidar com o presente digital e criativo, e a existência das plataformas analógicas surge, justamente, como uma forma de compreender o passado e ressignificar o futuro.
Nessa onda de muitos “reloads” – com quarentena estendida, os papais colocaram à mesa alguns dos recursos que embalaram as suas infâncias. Jogos como “Master”, “Banco Imobiliário”, “Cara a Cara”, “Uno” e “War” ganharam a atenção da molecada, assim como o futebol de botão e as Cinco Marias.
E vamos combinar que os sucessões dos anos 1980 e 1990 estão fazendo bonito diante dos games e dos milhares de apps. Outra atividade que tem conquistado a garotada é o DIY (faça você mesmo), que ensina receitas das mais variadas, geralmente pelos canais do YouTube ou do IGTV. É possível criar o próprio slime, tingir a camiseta com a técnica do tie-dye, cozinhar o brigadeiro dos sonhos ou idealizar um jogo exclusivo. Essas opções, dizem os especialistas, arrebatam os pequenos por serem customizadas.
No fim, o que todo mundo quer – e não importa quantos anos se tenha – é se destacar no meio da multidão.
Master
O jogo traz perguntas e respostas de temas como esporte, artes, geografia, ciências e história.
Perfil
A ideia é identificar lugares, pessoas ou coisas por meio de dicas.
Detetive
O clássico saiu do papelzinho para o tabuleiro, e hoje conta até com app de apoio.
Imagem & Ação
Os participantes devem fazer desenhos para que os demais adivinhem as charadas.