Por Fernanda Emmerick*
Tendência. Inclinação. Aquilo que leva alguém a seguir um determinado caminho. E é justamente quando mais temos acessos e possibilidades de consumirmos essas tendências, que elas poderiam refletir releituras e lançamentos com alma de inovação. Mas não é exatamente esse caminho que acontece no cenário da decoração infantil, quando o olhar para fora muitas vezes não vem acompanhado do olhar para dentro. A inspiração dos traços, das cores e até das propostas de design atreladas ao desenvolvimento cognitivo, são mesmo encantadoras. Porém, nem sempre são criadas de fato.

Como numa obra de arte mainstream que se perde entre souvenires por aí, a cópias de produtos autorais ganha destaque digital (e na casa de muitas famílias), nos levando a questionar esse nicho que tanto se baseia no sustentável, no amigável. Do original à cópia num clique.
O discurso de quem fez primeiro, de quem pensou antes. O quanto vale termos, já no início da vida dos pequenos, peças que não carregam em si história, originalidade? E como saber e compreender o que de fato é feito ou é fake? Acredito que cabe a nós, que respiramos o universo infantil, fortalecer os que realmente idealizam (e alertar os que copiam). Torcer e impulsionar pelo surgimento de marcas que se apoiam, que somam, que transformem famílias com o real ar criativo.

Mais do que um quarto com produtos, um quarto com memórias. Narrativas de pessoas, que se costuram para dar vida a um cenário pronto para ser vivido por uma nova história. Um cenário original, autêntico, de consciência limpa.

*Fernanda Emmerick é jornalista, relações-públicas e criadora da agência @meumini.mundo, especialista no universo infantil.