Equipe multidisciplinar à frente da Bienal de São Paulo, que abre neste sábado (04.09) | Foto: João Medeiros/Fundação Bienal

A 36ª Bienal de São Paulo abre neste sábado (06.09), no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, com entrada gratuita até 11 de janeiro de 2026. Pela primeira vez, a mostra terá um relógio oficial: a Rolex se une à Fundação Bienal como parceira institucional. A marca suíça, que já mantém vínculos culturais com o Museu da Academia em Los Angeles, a Royal Opera House de Londres e a Filarmônica de Viena, traz para São Paulo o mesmo compromisso de preservar legados e ampliar narrativas. Com duração expandida de quatro meses — a mais longa em sua história —, a Bienal reafirma seu lugar como o maior evento de arte contemporânea do hemisfério Sul.

Sob o título Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática, extraído de versos de Conceição Evaristo, a edição reúne 120 artistas no pavilhão e outros cinco na Casa do Povo, via programa Afluentes. O projeto curatorial, assinado por Bonaventure Soh Bejeng Ndikung ao lado de Alya Sebti, Anna Roberta Goetz e Thiago de Paula Souza, com a cocuradora at large Keyna Eleison e a consultora Henriette Gallus, recusa fronteiras nacionais e toma os deslocamentos migratórios como guia metodológico: assim como as aves atravessam territórios sem passaporte, também as obras carregam memórias, urgências e linguagens em trânsito.

Entre os participantes estão nomes como Wolfgang Tillmans, Maxwell Alexandre, Otobong Nkanga, Lidia Lisbôa, Oscar Murillo, Maria Auxiliadora e Gê Viana, além de coletivos como Forensic Architecture e a colaboração entre Raven Chacon, Iggor Cavalera e Laima Leyton. A expografia de Gisele de Paula e Tiago Guimarães traduz a ideia de travessia em margens sinuosas, espaços de pausa e percursos fluidos, evocando a imagem de um estuário em movimento.

A associação com a Rolex já vinha sendo ensaiada desde março, quando a marca promoveu um jantar no pavilhão. A noite combinou leilão de cartazes raros — de Antonio Maluf a Leonilson e Picasso —, que arrecadou R$ 1,5 milhão, com um show intimista de Gilberto Gil, hoje em sua turnê de despedida Tempo Rei, também patrocinada pela Rolex. Esse cruzamento entre arte visual e música deu o tom da parceria: mais do que carimbar eventos, a marca parece interessada em preservar o tempo das artes em diferentes linguagens. Agora, às vésperas da abertura oficial, a Rolex volta ao pavilhão com coquetel para convidados, visita guiada e jantar, consolidando sua estreia como Relógio Oficial da Bienal.


Serviço

A mostra fica em cartaz de 6 de setembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo (Parque Ibirapuera, Portão 3), com entrada gratuita. Mais detalhes serão anunciados na coletiva de imprensa desta quinta-feira (04.09).

Foto: Pedro-Ivo-Trasferetti