“Compreendi que ser pai vai além do laço biológico: é construído com vínculo, cuidado, diálogo e amor”, Alexandre Herchcovitch – Fotos: Reprodução/@alexandreherchcovitch)

O Dia dos Pais é feito de gestos que ficam na memória: o abraço demorado, o conselho que chega na hora certa, a presença silenciosa que sustenta. É também feito dos aprendizados que a vida dá, das mudanças que transformam rotinas e prioridades, e do amor que cresce, se renova e se reinventa a cada dia.

Neste cenário de afeto e descobertas, Alexandre Herchcovitch abre as portas para compartilhar um pouco de sua vivência como pai de Ben e Fernando. Entre costuras, desfiles e compromissos, ele encontra espaço para cultivar vínculos profundos, educar com carinho e firmeza, e celebrar cada pequena conquista da paternidade.

A seguir, você confere uma conversa que transborda amor, sinceridade e leveza — um convite para olhar o Dia dos Pais com a mesma sensibilidade com que ele vive o seu.

HARPER’S BAZAAR BRASIL – Ser pai muda tudo — mas o que, exatamente, mudou dentro de você desde que os meninos chegaram?

ALEXANDRE HERCHCOVITCH – O amor paterno pelos filhos é um sentimento distinto, que não pode ser facilmente comparado a outros. Ele influencia as prioridades e traz novas responsabilidades à vida do pai.

HBB – Criar filhos em um mundo tão acelerado, exigente e, muitas vezes, problemático pode dar medo. De que formas você sente isso? O que mais te preocupa como pai?

AH – Preocupo-me com a superficialidade diante da variedade de temas apresentados atualmente. Até quando eu puder, por exemplo, eles não terão celular; redes sociais, só bem mais tarde, e por aí vai.

HBB – Como é, na prática, educar as crianças com afeto, mas também com firmeza, no mundo de hoje?

AH – Estabelecer limites e recusar pedidos quando necessário também são formas de cuidado e fazem parte do processo educativo. Tudo isso também é amor. Educar é amar.

HBB – Como foi construir esse vínculo afetivo da paternidade com as crianças? Houve um momento marcante no início em que você sentiu a paternidade pulsar dentro de você?

AH – Filhos biológicos também precisam ser adotados pelos pais. Compreendi que ser pai vai além do laço biológico: é construído com vínculo, cuidado, diálogo e amor. O afeto cresce com o tempo, mas ser pai dos meus filhos é especial. Quando os vi pela primeira vez, senti um amor paterno único.

“O afeto cresce com o tempo, mas ser pai dos meus filhos é especial”, Alexandre Herchcovitch – Foto: Reprodução/Instagram @alexandreherchcovitch

HBB – Qual foi a última vez que eles o emocionaram?

AH – Guardo todos os cartões e desenhos que recebo deles de presente nos meus aniversários. No último 21 de julho, fiquei emocionado com a delicadeza deles.

HBB – Se eles lessem essa entrevista daqui a 10 anos, o que você gostaria que eles soubessem — ou lembrassem — sobre o pai que você é para eles?

AH – Quero que saibam que os amo e desejo que sejam livres, honestos, saudáveis e felizes.

HBB – O que você ensina sobre moda e sua profissão para eles?

AH – Fernando e Ben sempre participaram das minhas atividades e aprenderam a costurar cedo, por iniciativa própria. Fernando costurou à mão um urso do Ben para não perder o enchimento, e Ben fez recentemente um pufe em formato de monstro. Eles têm liberdade para escolher roupas e me acompanham em desfiles e gravações, mesmo durante o horário escolar. São meus companheiros.