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Por Gilberto Júnior
Filipe Ret está a caminho da escola de seu filho Theo para cumprir sua agenda de pai. Do colégio, levará o menino ao futebol. De lá, entrará em uma reunião para decidir os detalhes do lançamento de Nume, seu sétimo álbum que será lançado nesta quinta-feira (14.11), às 21h. “Estou trabalhando neste disco desde o fim de Lume, de 2022. Coloquei energia máxima nesse projeto, para o qual criei 30 faixas. Fiquei com 15, todas solos, mas distribuí para rapaziada. Caio Luccas ganhou música; Poze do Rodo também”, diz o rapper.
Ret avisa que Nume é de longe o seu álbum menos comercial. Depois de mais de 15 anos de estrada, ele sabe que tem apoiadores para mergulhar em um mar ainda mais pessoal. “Tenho uma base de fãs ao meu favor, a qual sou muito grato”, observa. “Estou tentando entregar coisas interessantes e diferentes. A gente estuda e investe em tecnologia. A ideia é me superar sempre. Não fiz festa de lançamento como em outras oportunidades. Gastava 300 mil reais para entregar as músicas para quem não tinha nada a ver. Dessa vez, fiz a audição logo depois de um show no Rio de Janeiro para 9 mil pessoas. Foi um marco.”
A turnê atual, a FRXV, que celebra justamente a primeira década e meia do rapper, só chegará ao fim em abril, mas Ret promete já ir testando as músicas que atingirem boa performance nas plataformas digitais. “O álbum precisa ganhar força, ser ouvido. São canções mais intimistas. Batemos recordes de pre-save. Foram 50 mil, dá para acreditar? Bate até um desespero e ansiedade”, conta o carioca, que criou todo um conceito em torno de Nume, que vem do latim e se refere a uma divindade ou poder sagrado. “Existe uma energia que permeia toda a minha carreira. Para mim, esse lugar é intocável e profundo. O artista inventa um universo só dele; e ele é o Deus desse local. Pode ser um espaço de solidão, mas sempre trazemos outras pessoas de alguma forma.”

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Em junho de 2025, Ret completará 40 anos, o que vem mexendo com ele. “Tenho pressa, quero fazer tudo! Inclusive, minha vontade é estar no estúdio para desenvolver o próximo álbum! Estou cheio de ideias. Falam por aí que sou perfeccionista, mas venho lançamento praticamente um disco por ano. Então, chega uma hora que libero… E arte é isso! Em algum momentos temos que soltar e deixar fluir”, comenta.
Sorridente e com olhos brilhando, o carioca afirma que está em “seu melhor momento emocional, mental e espiritual”. “Tenho compreensão e clareza das coisas. Peguei outra visão do mundo! Deve ser a idade mesmo”, aponta. “Digo para a molecada que está começando agora ter calma! Não é porque estourou que é necessário pegar a grana e comprar de cara um carro de 2 milhões de reais. É preciso saber direcionar. Vimos tanta gente subir e desaparecer do nada. Nos visualizers de Nume, tirei excessos para transmitir uma naturalidade. Em um deles, não estou cheio de cordões de ouro.” Inclusive, o rapper também assume a função de diretor de arte sua obra, cuidando de cada mínimo detalhe. “Penso nesse ‘bagulho’ 24 horas. Tem dias que minha performance é de atleta de triatlo”, diverte-se.
Antes, o rapper dizia que existiam duas versões de sim: Filipe e Ret. “Mas as cosias foram se misturando e hoje não há mais tanta distância. Estou mostrando meu cotidiano no internet”, entrega. No palco, ele também mostra um pouco de sua intimidade ao protagonizar cenas de amor com sua namorada, Aghata Sá. “Ela acaba de atingir dois milhões de seguidores no Instagram. Estou muito orgulhoso. Agatha é companheira à beça, está sempre comigo nos shows, na estrada. Ela me ajuda muito, dá palpites na minha carreira; eu participo do grupo de WhatsApp da agência dela. O que temos é muito real.”
Ret se despede e avisa: “Ainda vejo terra no horizonte. Há tanto para evoluir. O dia que deixar de enxergar terreno lá na frente, me aposento”.

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