Com letras sensíveis e uma presença marcante na cena musical brasileira, Jota.pê transforma emoções em melodia. Em um papo íntimo, o cantor — que vive um relacionamento com a também artista Yazy — fala sobre o amor, a construção da parceria no dia a dia, as memórias que viram música, e os afetos que resistem. Aqui, ele abre o coração sobre relacionamento, aprendizados afetivos e o que significa amar de verdade.

Haper’s Bazaar Brasil O amor costuma aparecer muito nas suas músicas — mas, na vida real, como ele se manifesta para você? Tem alguma lembrança marcante do momento em que percebeu que estava amando de verdade?

Jota.pê – Eu tenho algumas lembranças, né? Para além do primeiro amor, que faz a gente escrever a primeira música, inclusive. Hoje eu vivo um relacionamento lindo com uma parceira maravilhosa, minha namorada Yasi, uma cantora incrível. Tenho algumas memórias… Acho que a que mais me pegou foi o começo do relacionamento — ela também é cantora. E acho que foi a primeira vez que cantei para ela, querendo conquistá-la e tal. Ela não me deu a menor bola, inclusive. Acho que essa memória é muito marcante. Eu lembro do dia em que vi ela pela primeira vez. Lembro da cor do vestido que ela estava usando, da roupa, de tudo. Acho que esse é o dia.

HBB – Você está vivendo um relacionamento? O que você valoriza quando pensa em construir algo com alguém nesse sentido?

JP – Eu valorizo parceria, tranquilidade, disposição. Acho que se relacionar é muito sobre colocar tudo o que você tem na mesa, o que a outra pessoa tem na mesa, e negociar ali o que é importante para um ou para o outro, pra fazer as coisas darem certo. Então, acho que é isso.

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HBB – A música tem o poder de criar conexão. Você sente que compor sobre sentimentos te ajuda a entender melhor suas próprias relações e emoções?

JP – Completamente. Inclusive, tem uma característica bem bacana que acontece comigo: toda vez que estou com algum sentimento que está me consumindo muito — seja amor, alegria, tristeza —, quando eu consigo entender aquilo e finalmente escrever e transformar em música, parece que me livro daquela sensação que estava me consumindo. Então, realmente me faz muito bem e me ajuda a entender melhor o que está acontecendo comigo quando componho uma canção.

HBB – Sendo um artista preto no Brasil, você sente que o racismo também atravessa a forma como seus afetos são vistos ou vividos? Já enfrentou algum tipo de estereótipo ou invisibilização nas suas relações amorosas?

JP – Com certeza o racismo interfere. O fato de eu ser um homem negro e de me relacionar com uma outra pessoa preta… Eu reajo ao mundo a partir dessa visão de ser um homem negro construída em mim. E o mundo reage a mim da mesma maneira. Todas as pessoas reagem à primeira coisa que enxergam, que é como o mundo me vê. Então, com certeza, isso interfere. Acho que as coisas negativas eu vivi mais na fase da escola, na adolescência, num período complicado. Mas atualmente, nos meus relacionamentos — no meu relacionamento — está tudo muito bem resolvido nesse lugar, comigo e com ela especificamente.

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HBB – Você acredita em amor perfeito? Alma gêmea?

JP – Não sei. A minha resposta é bem “não sei”, porque acho que se relacionar com alguém é muito sobre disposição. Por mais que eu ache o amor um sentimento maravilhoso, acho que ele, por si só, não basta. Você tem que realmente se dedicar, dia após dia, a tentar fazer as coisas darem certo, a entender seus defeitos e corrigir tudo o que for possível, a entender também os da outra pessoa — o que dá pra mudar, o que não dá —, e ver se isso é suficiente pra você e pra ela. Então, não sei se acredito em alma gêmea, porque sem disposição, sem tentar muito, acho que nunca funciona.

HBB – Se tivesse que escolher uma palavra, um verso ou uma imagem que representasse o amor para você hoje — o que seria?

JP – Tem uma frase de uma música do Djavan, pensando muito nisso de exposição, de estar aberto pra viver o amor. Eu gosto muito daquela que diz: “Se eu tivesse mais alma pra dar, eu daria.” Eu acho que é muito sobre isso: que a gente tenha mais alma pra dar e que a gente entregue mais da nossa alma nas relações. Acho que é isso.

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HBB – Como você gostaria de celebrar esse momento? Tem algum presente que gostaria de ganhar para celebrar o amor?

JP – Eu acho que tempo de qualidade com a pessoa. Porque, justamente pela profissão que eu tenho — e pela profissão que ela também tem, já que ela é cantora —, a gente está sempre viajando, se vê pouco. Então eu queria muito ter a chance de, sei lá, fazer uma viagem especial, poder passar um tempo com ela, curtindo de verdade, sem outras preocupações. Acho que é isso: tempo de qualidade.